Archive for novembro 2011

Como cheguei aqui! Por Gilceana Galerani.

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Minha admiração pelo que viria a ser Relações Públicas começou muito cedo. Meu pai trabalhou quase a vida inteira na CESP – Companhia Energética de São Paulo, que tinha excelente conceito e projetos fabulosos dirigidos aos funcionários e suas famílias. Cresci sentindo orgulho daquela empresa, que era o meu ideal de trabalho também.


A CESP se relacionava com a comunidade, levava as famílias para conhecer o local onde os pais trabalhavam, mandava cartas, ajudava nos trabalhos escolares, organizava programas de esporte e lazer para a família e os aposentados em colônias de férias próprias e lindas, tinha um jornal bacana que ia todo mês lá pra casa, fazia eventos maravilhosos no Dia das Crianças e no Natal e, sobretudo, era responsável por boa parte do orgulho brasileiro daquela época: as usinas hidrelétricas, grandes fontes de energia para todo um País.


Enquanto isso, no meu oitavo ano do ensino fundamental havia uma disciplina específica para ajudar na escolha da profissão. Recebíamos várias revistas com detalhes sobre as profissões e lembro como se fosse hoje do dia em que li pela primeira vez sobre RP. Lá dizia que o profissional da área tinha que ser muito bem informado, gostar de se relacionar com gente, lidar com conflitos e preocupar-se o tempo todo com relacionamentos e reputação. Nem li mais sobre outras profissões. Era aquela que eu queria, tinha certeza que aquele profissional era o que ajudava a CESP a ser uma empresa tão bacana.


A partir de então eu tinha um foco. Ler os principais jornais todos os dias, dedicar-me mais às disciplinas relacionadas a português, história e geografia e conhecer tudo que possível sobre Relações Públicas e Comunicação. Apenas sinto não ter me dedicado mais a idiomas.


Não tive qualquer objeção por parte dos meus pais ao escolher a profissão. Muito pelo contrário. Minha mãe falava (e ainda fala!) de boca cheia: “minha filha mais velha escolheu ser Relações Públicas”.  O Brasil passava por seus últimos anos de ditadura militar e sabemos o quanto a profissão de RP se destacou naquela época, cuidando da imagem dos presidentes militares. Desconsiderando aqui o contexto e os efeitos desse trabalho, o fato é que a atividade era tida como de altíssimo escalão para os que estavam mais próximos das empresas públicas, como era o caso dos meus pais.


E então veio o desafio de fazer o vestibular na Universidade Estadual de Londrina, escolhida por ser mais próxima da minha cidade no interior de São Paulo e pelos comentários de amigos, que falavam que a cidade era acolhedora e a universidade, muito boa. Estavam certíssimos.  Não podia ter escolhido melhor. Já estudando lá, a boa surpresa: o principal professor de RP era nada menos que Waldyr Gutierrez Fortes, que por muitos anos atuou  como RP naquela empresa tão admirada, a CESP! Pronto, tudo se encaixava perfeitamente.


Depois vieram os estágios, todos não remunerados, mas com aprendizado que não acabava mais. Estagiei em rádio, grande empresa, pequena empresa, comércio e também em campanha política. Estudava de manhã, fazia estágio à tarde e passava muitas noites datilografando (isso: datilografando!) trabalhos de conclusão de curso para ganhar uns trocados. Aprendi bastante também com esses TCCs de estudantes de vários cursos da UEL.


Tive a honra de ser o primeiro lugar de minha turma ao me formar. Meus pais se orgulhavam muito das minhas conquistas , o que me incentivava a manter o foco na minha profissão.


Logo após me formar, fui trabalhar numa grande empresa e minha primeira chefe foi Marlene Marchiori, também professora de RP na UEL. Seu nível de exigência era imenso, sofri até me adaptar ao mundo real das empresas altamente lucrativas, mas sei hoje o quanto isso me ajudou a amadurecer e a ser leal com os princípios da profissão de RP.


Dois anos depois, ingressei na Embrapa Soja, em Londrina, por meio de concurso público.  Nessa Empresa, pude exercer todas as funções de RP e desfrutar de muito respeito e confiança de gestores e colegas, num ambiente de criatividade, rigor científico, histórias de resultados de impacto para a agricultura brasileira e incentivo ao aperfeiçoamento. Fiz muitos cursos de curta duração, especialização em marketing e propaganda e, em 2003, concluí mestrado na USP pelo Programa de Pós-Graduação da Embrapa. Na USP, algum RP deixaria de sonhar em ter como orientadora a Profa. Dra. Margarida Maria Krohling Kunsch? Pois consegui isso e esse fato foi um divisor de águas na minha vida.  Esse texto aqui ficaria muito longo se resolvesse contar tudo que aprendi pessoal e profissionalmente com essa professora tão sábia, tão interessada em compartilhar tudo que sabe – para mim, a maior expoente da comunicação organizacional no Brasil. Guiada pela Dra. Kunsch, fiz a dissertação sobre avaliação de resultados em comunicação e, mais uma vez com o apoio da Embrapa, esses estudos viraram um livro, o primeiro sobre o tema no Brasil.


Em 2008 fui convidada a trabalhar em Brasília, na Sede da Embrapa, para coordenar a comunicação interna da Empresa.  Nessa função, conheci os mais de 150 comunicadores da Empresa e a diversidade cultural e estrutural da Embrapa, que tem unidades (47) em todos os cantos do País. Também iniciei como professora de pós-graduação numa instituição de ensino particular e passei a escrever para portais de comunicação, como Aberje e Nós da Comunicação (no momento estou em dívida com eles, sem condições de contribuir).


Nos últimos seis meses, dois acontecimentos marcaram minha vida profissional: afastei-me um pouco da área de comunicação para atuar na assessoria da Diretoria-Executiva da Embrapa e recebi uma grande homenagem da UEL, em seu aniversário de 40 anos.


Definitivamente, não posso me queixar de qualquer coisa nesses mais de 20 anos de atuação como Relações Públicas. A profissão é dinâmica, generosa e gratificante, além de ter sido determinante para o meu atual trabalho e também para o meu jeito de ser como pessoa e cidadã. Outra profissão melhor para mim? Difícil demais imaginar qual.





Pesquisa: participação feminina em cargos de diretoria e gerência aumenta

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A Michael Page em levantamento realizado com base nas entrevistas feitas entre janeiro e outubro de 2011, destaca a participação de mulheres em cargos de diretoria e gerência, embora ainda sejam poucas as presidentes de empresas do sexo feminino (menos de 10%). A principal mudança de perfil aconteceu na área de Finanças, onde a maioria dos cargos de alta gerência e diretoria pertencia aos homens. Atualmente, 40% das vagas no setor são preenchidas com mulheres e, na maior parte das vezes, nas áreas de Controladoria, Gestão de Impostos e Planejamento Financeiro.

O levantamento usou como base as 10 principais divisões da Michael Page: Logística, Engenharia, Tecnologia, Vendas & Marketing, Banking, Propriedade & Construção, Finanças, Seguros, Jurídico e RH.  De todas as contratações da empresa, 61% são homens e 39% são mulheres. Das contratações femininas, a área de RH continua na liderança com 67% de vagas preenchidas. Na sequência, 59% das profissionais foram para empresas da área jurídica, principalmente para áreas sociais e tributárias. O quadro abaixo descreve a divisão por área de expertise:



SETOR

HOMEM
MULHER
Logistica
79%
21%
Engenharia
73%
27%
Tecnologia
70%
30%
Vendas e marketing
67%
33%
Banking
67%
33%
Propriedade e Construcao
64%
36%
Financas
60%
40%
Seguros
50%
50%
Juridico
41%
59%
RH
33%
67%
Media Geral

61%
39%







Gastos com batata frita são maiores que investimentos em medidas simples para evitar mortes de crianças

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EUA gastam 13,6 bilhões de dólares em batata frita
Segundo dados da World Vision International, todos os dias, 7,6 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade morrem no mundo por causas evitáveis. Só os EUA gastam, anualmente, 13,6 bilhões de dólares em batata frita. Com um valor menor do que esse (11,8 bilhões de dólares por ano) se alcançaria 90% das crianças em estado grave de desnutrição no mundo, salvando 1,1 milhão de crianças e prevenindo a desnutrição em outras 150 milhões de crianças. 

Veja mais alguns dados interessantes:

Uma boa nutrição nos países em desenvolvimento pode aumentar a produtividade econômica em até 3%.

Custa apenas 42 dólares por família para deter a subnutrição antes que ela comece, enquanto que cinco vezes esse valor é o custo se esperarmos até que essas famílias precisem de ajuda alimentar ou alimentação terapêutica.

Cinco das 10 iniciativas mais efetivas em soluções para o desenvolvimento focam em intervenções em nutrição nos primeiros 1000 dias de vida de uma criança.

A cada ano, 1,5 milhão de crianças nos países em desenvolvimento morrem de diarréia. O simples uso de zinco pode reduzir em 25% as mortes por diarréia.

Dois países do G20 (China e Índia) estão entre os cinco países onde vive metade das crianças raquíticas do mundo. Eles são também países em desenvolvimento que Sarkozy está pressionando para financiar a dívida européia.