Sobre relacionamento, vidas vividas e vidas postadas

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por EDUARDO CABRAL

Já faz um tempo que venho trocando ideias sobre relacionamentos com meus amigos e conhecidos. Faz tempo que tenho conhecido gente que me notificou pela tela, sendo amigo/amiga de alguém – com interesse ou não, ou através de qualquer aplicativo, como InstagramTinder e sei lá mais o que. Faz tempo que ando exausto desta intensa superficialidade cheia de maquiagem que, geralmente, só tenta esconder esse nosso desespero de encontrar, como se fosse uma atualização qualquer, alguém para compartilhar algo de forma mais íntima e sincera – sem tantos filtros.
Me vejo sempre colocando o mesmo exemplo, relembrando meus primeiros namoros com ar de nostalgia, onde os problemas que existiam, apesar de banais, eram SEMPRE reais, afinal, faziam parte da rotina do casal, eram autênticos, no geral, envolviam sentimentos e sensações bobas que logo que compartilhadas, já era conversadas e acertadas, mas, hoje em dia, com todas as mil e uma opções e ofertas de novas e infinitas possibilidades, parece que precisamos praticar o desapego e a intensidade que se tornou algo descartável e com prazo, ganhou a validade de ser uma noite, um jantar, alguns dias, semanas e por ai vai, e digo isso se baseando nos meus próprios exemplos, nada de apontar o dedo para os outros.
Parece que todo mundo procura alguém, quer alguém para – de fato – compartilhar o dia-a-dia fora da rede social, o de verdade, aquele cheio de frustrações, reclamações, cansaço, que tem SIM uma pontinha de fofoca, de medos, receios e, geralmente, é recheado de inseguranças, mas com tantas timelines para preencher e gente para mantermos atualizados sobre nossas incríveis relações e rotinas, parece que nos falta tempo de arriscar, na verdade, de se frustrar – de verdade. Parece que preferimos cultivar a colheita invisível ao invés de focar, lapidar e viver um relacionamento que sim, pode ter problemas e que sim, é real, vai impor e construir novas barreiras, vai frustrar, chatear e dar trabalho físico – não só tecladinhas, por qualquer sensação temporária que a medicina digital consegue nos proporcionar.
Hoje em dia ando com muita preguiça das conexões, não aguento mais a superficialidade do ‘vamos se ver’, acho que tornou-se algo que não consigo mais digerir. Tenho tentado me esforçar para encontrar quem eu quero, ver quem eu desejo, ser sincero com quem preciso e me desfazer de conexões que não são relações. Ando tentando converter todo o espaço entupido de relações em espaços vazios, aberto a relações, que ocupam mais e demandam mais, mas que cresçam, afinal, a conexão é só uma troca, a relação não, é um crescimento.
A internet tem praticamente a função de nos distrair, apesar do cunho informativo, deveríamos admitir que utilizamos como puro entretenimento, achar que aqui se funda e se mantém algo real é pura fantasia. Aqui nos conectamos, nos entretemos enquanto estamos fazendo algo meia boca na vida real, nutrimos conexões apostando para que se tornem relações, OU NÃO, nutrimos apenas pelo vagabundo luxo de se manter ativo, se sentir querido, desejado, disputado ou, pior, melhor que os outros.
TINDER; INTERNET E O PARADOXO DA CÔMODA RELAÇÃO DE BOLSO
Fico pensando em quantas mulheres já conheci pelo Tinder, aplicativo que, no início, era cheio de preconceito por todas as pessoas que ridicularizaram a dinâmica; de fato, ali é um açougue humano, mas dali tirei contatos interessantes, aprendi com muitos desesperos que presenciei em precipitados jantares e saídas que fiz, mas também conheci pessoas incríveis e outras nem um pouco incríveis, mas a ideia de que aquilo ali é 100% glacê, assim como os avatares que nutrimos aqui para parecer mais legal para os outros, é pura balela. Ali encontra-se a nossa essência, em desespero, é como se ali traduzisse todo o nosso medo da solidão, onde entre a esquerda e a direita, jogamos nosso futuro relacionamento, se baseando em fantasia, fotos, imagens, descrições editadas e ideias que projetamos para que a gente arrume ou conheça alguém legal, alguém que, no fim das contas, no tire dali, nos faça desativa essa conta maluca no aplicativo e, quem sabe, faça essa vontade doentia de alimentar a internet com uma editada edição sobre nós, diminua…
Todo ser humano tem medo de morrer sozinho, isto é um fato, vivemos numa busca por um outro alguém e por uma aceitação por quem gostamos, porém, com tantas pessoas olhando tudo aquilo que você tecla, digita e posta, será que não estamos buscando um alguém tão plural que, nessa imensa rede de opções, não estamos sabotando a relação pela pura vaidade de cultivar conexões e possibilidades para manter nosso – agora digital – ego sempre massageado? Afinal, são tantas pessoas diferentes nos olhando, observando, dando scroll e nos curtindo que, para agradar todos só existe um jeito: deixar de ser aquilo que somos.
É engraçado admitir e escrever isso, acredito que muitos podem até se identificar, mas nunca iriam admitir, afinal, isso não seria coerente com a timeline bem sucedida de quase nenhuma das redes sociais que estes administram, por isso, é válido registrar: vida vivida não é, geralmente, a vida postada.

Eduardo tentou mas não conseguiu produzir uma biografia que não fosse clichê. Tentando fugir dos rótulos que acabavam por se apropriar de cada nova teclada para se apresentar, a ausência de uma biografia sincera e que - na teoria, descreveria quem ele realmente é, acabou por se tornar sua provisória solução.

Comunicação tóxica: erros que prejudicam o trabalho

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Saber se expressar com clareza e ouvir os outros são habilidades fundamentais no ambiente corporativo


Qualquer profissional, seja ele empresário ou funcionário, deve desenvolver uma série de habilidades interpessoais — entre elas, a capacidade de se comunicar. Em artigo publicado pelo site do jornal El Clarín, o psicólogo argentino Pablo Nachtigall, especialista em inteligência emocional, explica que, no ambiente corporativo, podemos passar por diversas situações em que se comunicar com eficácia é essencial. O especialista cita alguns exemplos, tais como: profissional passa a exercer a liderança de um grupo de pessoas e precisa comunicar os objetivos a serem alcançados; necessidade de comunicar a seu chefe ou colega de trabalho o que pensa e sente em relação à determinada situação no trabalho; um profissional autônomo que precisa “vender” o seu negócio e serviços que presta a possíveis clientes, inclusive os seus honorários; profissional que faz parte de uma equipe de trabalho e precisa comunicar suas ideias de maneira clara e agradável para que seja ouvido.

Mas a realidade mostra que a maioria das pessoas, principalmente as mulheres, têm dificuldades de se comunicar de forma eficaz e incorrem em erros, seja na hora de se expressar ou quando precisam ouvir seus interlocutores. É aí que verificamos a chamada “comunicação tóxica”, aquela que gera conflitos, tensões, disputas, discussões e falta de resultados desejáveis no trabalho, explica Nichtigall:

“Quando numa empresa ou numa equipe impera a comunicação tóxica, verificamos uma diminuição importante no rendimento, na produtividade e na satisfação das pessoas que trabalham naquele determinado local’’.

Segundo o especialista, a comunicação tóxica no trabalho acontece quando cometemos os seguintes erros:

Compulsão por interromper. quando temos dificuldades para ouvir o outro, podemos incorrer no erro de interromper a exposições de ideias, opiniões ou pontos de vista. O resultado disso é irritação, raiva e aborrecimento nos funcionários, colegas ou clientes, o que prejudica tanto o nosso trabalho como o negócio de forma significativa.

Falta de interesse no outro. Muitas relações de trabalho eficientes e produtivas são baseados na capacidade de ouvir e demonstrar interesse no outro. Quando não expressamos interesse em saber o que pensam nossos colegas, chefes ou empregados, e nos trancamos em nosso mundo, podemos criar uma atmosfera de apatia, desinteresse e recusa de interação. As pessoas, na sua maioria, preferem trabalhar com aqueles que se mostram receptivos e desejosos de escutar e conhecer respeitosamente os outros.

Diminuir o outro. Uma tendência na comunicação tóxica é minimizar os sentimentos e opiniões dos outros. Quando tendemos a diminuir a importância dos sentimentos manifestados por outras pessoas no trabalho, podemos criar um ambiente carregado de raiva, ressentimento e injustiça. Gestores que menosprezam a opinião de seus funcionários estão gerando potenciais conflitos produtivos e legais, além de prejudicar a empresa.

Síndrome do conselheiro vitalício. Não há nada mais irritante em uma empresa do que aquelas pessoas que se colocam em uma postura rígida de consultores sábios e nos dão conselhos sem realmente ouvir o que precisamos. Conselheiros vitalícios são aqueles que fornecem conselhos não solicitados, manifestando dificuldades de ouvir e trocar opiniões. Seus resultados são muitas vezes negativos, porque as pessoas os veem como arrogantes, rígidos e pouco propensos a descer do seu pedestal.

Síndrome do juiz irrepreensível. É aquela pessoa que costuma julgar os colegas, empregados ou clientes, cada vez que compartilham algo íntimo ou pessoal. As pessoas que incorrem neste erro costumam ser evitadas, rejeitadas ou demitidas, já que prejudicam ambientes de confiança, cooperação e troca.

Evitar conflitos. Quando temos medo de expressar o que pensamos, sentimos ou queremos alcançar no ambiente de trabalho por medo de desagradar, irritar ou ser punido pelos outros, ficamos expostos a sofrer possíveis transtornos psicossomáticos. Por outro lado, estamos tirando de outros a chance de se beneficiarem de nossas opiniões, ideias e pensamentos.


Fonte: O Globo

Tweet analytics

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Desde 11/07 já está disponível uma nova ferramenta para aprimorar o Twitter e analisar dados mensuráveis.

Pela primeira vez os anunciantes serão capazes de ver quantas vezes os usuários leram e foram engajados com tweets orgânicos, para que possam otimizar, efetivamente, sua estratégia de conteúdo. 

O painel atividade, The Tweet, já está disponível para todos os anunciantes, editores e usuários verificados em todo o mundo.

Com o novo painel é possível:
  • Observar a propagação dos tweets em tempo real;
  • Comparar a intereção de um tweet visto na Web ou nas apps para Android e iOS e o total de retweets e de favoritos, mês a mês;
  • Analisar a informação detalhada por tweet: retweets, respostas, favoritos e cliques;
  • Exportar o desempenho para um arquivo CSV que inclui tanto tweets orgânicos quanto tweets promovidos.



O que as marcas tem a aprender com a Alemanha nesta Copa

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O que as marcas tem a aprender com a Alemanha nesta Copa

Depois da maior derrota sofrida pelo Brasil em toda a história do futebol, muitos assuntos inundaram nossos feed. Mas o que vi de mais interessante foi uma espécie de Síndrome de Estocolmo digital. Mais adequado até chamar de Síndrome de Berlim + Santa Cruz de Cabrália.

Surra finalizada, diversos influenciadores importantes enalteceram o comportamento cordial dos alemães após a demonstração de superioridade dentro de campo. A reação inicial poderia ter sido: “vão embora seus frios e disciplinados!”.  Mas o brasileiro foi apresentado a uma nova figura: o alemão cordial. Não só recebeu esta nova “persona”, como se engajou, virou defensor, embaixador. Achei curioso pessoas experientes da publicidade surpresas e gratas pelos conteúdos simpáticos emitidos após a partida.

Mas, a grande lição ficou para o mercado e as marcas. A Alemanha deu um banho de estratégia que colocou as Relações Públicas na posição correta de gerador original de ações em todos os níveis da comunicação, resultando em aproximação, engajamento e mudança de percepção de imagem.
Nasceu na escolha do pouso alemão aqui no Brasil. Se no começo pareceu arrogante a construção da sede própria, depois ficamos agraciados com a velocidade, planejamento e cortesia alemã em investir em nosso País. O ponto geográfico também não poderia ser mais significativo. Santa Cruz de Cabrália, local onde aportou o primeiro português. Sem esquecer do tempero baiano: alegria, calor, música e sensualidade. Foi dado o primeiro passo para a fusão, quero dizer, engajamento, alemão-brasileiro, e a transferência de identidade da marca alemã para a brasileira. Começa a mistura de DNAs das duas marcas e um importante passo, humilde e simpático.

Infraestrutura escolhida, agora era a hora de RP determinar as cores da identidade e participar da relação milionária de patrocínio entre adidas e confederação. E por que não o vermelho-preto do clube mais popular do Brasil?

Houve também um fantástico trabalho de engajamento com a equipe que se tornou o principal emissor das mensagens. A escolha do tom de voz, considerou tanto a identidade alemã quanto o cenário contemporâneo multicultural, e uniu um time com turcos, poloneses e ganenses que agiam de forma similar, cada um com seu estilo, mas dentro de um mesmo conceito-chave - o Alemão Cordial. A atitude da marca alemã no jogo contra o Brasil, de respeitar e não tripudiar, produziu um incrível fenômeno de engajamento e viralização. Valores e cultura se traduziram no comportamento de cada representante da marca alemã.

Impossível não citar também a fluidez na exploração das novas mídias e a característica natural e orgânica que só as redes sociais, os selfies, os vídeos amadores e a velocidade do real time podem revelar. Os brasileiros conheceram o alemão natural, simples. O que falar do Neuer, aquela muralha fria e intransponível, dançando, sorrindo e cantando hino do Bahia? O uso do meio Digital foi o alimento para o engajamento orgânico, e também o meio para mudar a percepção do alemão que tínhamos em nosso imaginário.

Este case deveria ganhar todos os prêmios de PR deste e do próximo ano. Arrisco até um título: a Síndrome de Berlim de Cabrália. Ou seria Síndrome de Santa Cruz de Germânia. Não sei... o importante é que vai ter muito brasileiro querendo abraçar alemão no domingo, dia 13. Porque, não bastasse baterem bastante na gente, com muita cordialidade, ainda vão jogar contra a Argentina, que é o não-Brasil. Ou seja, seremos cordiais e alemães desde criancinhas.




Concordam que essas devam ser as lições que as organizações têm a aprender com a Alemanha nesta Copa?