

Sônia comenta que os desafios acontecem em diferentes perspectivas. Há necessidade de planejamento no âmbito das decisões, das estratégias, das estruturas e do imaginário, cabendo esta última sobremaneira ao comunicador. O imaginário trata da cultura, do orgulho de pertencer, da imagem coletiva que gera a emoção do orgulho que, se ferido, leva à síndrome da divergência, através da oposição, do boicote e da sabotagem. “Como comunicadores temos um papel crucial de ajudar as empresas a entender isto e a superar”, enfatiza, para o que se utiliza da informação, da construção de uma nova identidade e da preservação de valores e auto-estima. De toda maneira, o processo era realmente árduo: de uma filial de um banco norte-americano com cinco mil funcionários, 184 mil clientes e 140 agências, os funcionários passariam a pertencer a uma instituição brasileira, com então 59 mil funcionários, 21 milhões de clientes e 3500 agências. Pro Itaú, a situação era cumulativa e não menos delicada, afinal foram mais de 20 aquisições em seus pouco mais de 60 anos de existência.
A jornalista e radialista relatou o período angustiante de duas semanas de boatos, acirrados por notas em meios jornalísticos impressos e eletrônicos, antes da oficialização do negócio e do início efetivo de ações de acompanhamento e esclarecimento junto às equipes envolvidas. “Esta fase híbrida de perda e expectativa do ‘não mais’ para o ‘ainda não’ deve ser alvo da comunicação interna”, aponta. Neste caminho, é preciso preparar para a mudança, lidar com as indefinições, acolher e valorizar profissionais, preservar vínculos de confiança e administrar o tempo exíguo pra que tudo aconteça e uma nova “normalidade” possa ser atingida. Além do mais, havia a determinação de fazer retenção de clientes e funcionários, garantindo relacionamentos firmes e rentáveis.
A executiva fez uma mostra das ações antes e depois do “Legal Day One”, dia da abertura das portas já sob nova bandeira – aliás, numa alteração de logomarca feita no final de semana anterior em processo de mutirão. Foi entregue uma mala-direta para todos os funcionários; realizada uma Festa da Copa, aproveitando o campeonato de futebol para implementar uma despedida simbólica onde foi dado um DVD mesclando a história das copas com a história do Banco junto de uma carta da Diretoria; feita uma recepção por gerente da agência Itaú Personalité mais próxima; feita boas-vindas com entrega de chocolates para os funcionários, produzida uma adesivação de elevadores e de pisos com chamada conectada à campanha publicitária vigente; disponibilização de um hot-site entrega de welcome-kit com identificação de mesa e crachá personalizado para cada colega, além do relatório anual, de uma edição especial da revista interna e do Código de Ética do novo empregador. Em todo o percurso, Sônia sugere que não seja perdido o uso da emoção, porque são atos que envolvem pessoas e suas sensações. Um Comitê de Comunicação foi instaurado, buscando o expertise de vários setores dos dois bancos na condução dos processos.
Com 22 anos de experiência em Comunicação e atuação em segmentos variados como emissoras de rádio, revistas femininas, agências de comunicação e empresas nacionais e multinacionais, nas áreas de comunicação corporativa, marketing, recursos humanos e responsabilidade social, Sônia ainda acumula a diretoria setorial de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da Febraban – Federação Brasileira de Bancos.
REPERCUSSÃO – O tema chamou a atenção e levou a consultora de Comunicação da Votorantim Celulose e Papel, RP Luciana de Barros Cunha, pela primeira vez ao Café. Para ela, fusões e aquisições são uma realidade atual e inegável, e dos comunicadores é exigido o acompanhamento dos movimentos de mercado. Experiências de outros profissionais e o aprendizado decorrente embasam sua busca. Seu colega, Luiz Henrique Dias, confirma: em 14 anos de carreira já passou por duas fusões. Para o estudante do 6º. semestre de Relações Públicas da Faculdade de Americana, Ronald Nicoleti, este tipo de espaço contribui para sair do ambiente acadêmico, acompanhar a realização de um evento e fazer networking. O interesse pelo assunto, junto a um grupo de outros 12 estudantes da instituição, justifica-se frente à exigência de um caráter multimídia ao comunicador contemporâneo, e o contato com as vivências descritas pode colaborar no direcionamento das carreiras. “A profissão de RP fica nos bastidores, e estes momentos ajudam a evidenciar os colegas e seus trabalhos”, complementa.
O Café ABERJE é uma iniciativa do Capítulo Campinas da entidade, dirigido por Augusto Rodrigues, diretor de Comunicação Empresarial e Relações Institucionais da CPFL. É realizado na última sexta-feira de cada mês e tem entrada inteiramente gratuita. A edição de setembro acontece no dia 26, tratando de Branding com executivos das empresas Vale e Votorantim. Mais dados com Emily Stalder pelo emily@aberje.com.br ou no 11-3662-3990.
RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674
Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas (http://www.mundorp.com.br/)
One Response to “Comunicação é fundamental em fusões e aquisições”
Olá.
Parabéns pelo blog. É excelente e aborda assuntos muito interessantes.
Gostaria de apresentar Ocappuccino.
Cordialmente,
Mateus d'Ocappuccino
Postar um comentário