ABERJE lança dia 21 o segundo número da Revista MSG








A ABERJE lança, em parceria com a Lazuli Editora, o segundo número da revista MSG de Comunicação e Cultura, a partir das 19h do dia 21 de maio de 2009 na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1731 – Jardins) em São Paulo/SP. A edição trata do impacto da comunicação digital nas corporações, sobretudo nos tempos de “Eu, Mídia”. Na ocasião, vai haver um debate com dois articulistas da publicação, professora e escritora Lucia Santaela e o filósofo Oswaldo Giacóia Jr.

O diretor-geral da entidade, Paulo Nassar, e o diretor da Lazuli, Miguel de Almeida, assinam o editorial onde assinalam: “as matérias desta edição mostram a comunicação diante não apenas das novidades tecnológicas, com seus reflexos na operação empresarial e institucional, como seu corolário frente ao tempo biológico dos seres humanos”. Para eles, cada pessoa tornou-se, ela própria, uma espécie de veículo de comunicação com sua lista de e-mails, lista de telefones, uso de torpedos, com blogs, exercendo papel de protagonista da mídia. A propósito da abordagem, a editoria Diretório Cultural traz rápidas e interessantes entrevistas com diversos responsáveis pela comunicação de empresas e órgãos, tratando exatamente da inserção da tecnologia na mediação das mensagens: com os casos da TV Minuto do Metrô de São Paulo, a BusTV nos ônibus da capital paulista, a revista eletrônica Terra Magazine e a versão on-line da Revista Veja. O jornalista Caio Tulio Costa analisa ainda a realidade da internet móvel.

Na era da midialização do indivíduo, o conteúdo da capa é desenvolvido por especialistas convidados, tratando deste fenômeno que transforma as noções humanas de tempo, privacidade e lugar. Para a professora da PUC/SP e pesquisadora Lucia Santaella – que participa do debate no lançamento, poucos são aqueles que ainda duvidam que estamos no meio de uma revolução nas mídias e de modificações profundas nas formas de produção, distribuição e comunicação mediadas por computador. No texto “Network Society: da esfera pública para a conectividade”, o professor da ECA/USP e coordenador do Centro de Pesquisa da Opinião Pública em Contextos Digitais/Cepop-ATOPOS, Massimo Di Felice, cita o filósofo Perniola para dizer que a mudança não alcança apenas os conteúdos, mas as próprias condições da experiência – “no âmbito do sentir a mudar não foi apenas o objeto, mas o modo, a qualidade, a forma da sensibilidade e da afetividade”. Paulo Nassar também deixa sua contribuição, analisando que a grande comunicação de governo é a propaganda aliada às redes digitais. Ele usa a preparação e o recente rito de posse do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para embasar sua tese. A historiadora Eliete Pereira, doutoranda na ECA/USP, diz que “a internet promoveu a abertura de horizontes, contrariando o pensamento de uma grande maioria interessada em nos manter amordaçados, trouxe-nos novos significados, sem que isso implique no abandono das nossas tradições, no texto intitulado “(Re)elaborações étnicas indígenas digitais”.

No cyberespaço, o tempo se tornou outro. Para analisar esta ponderação, foram chamados o poeta Cláudio Willer, que fala sobre o quanto produz mais depois da internet; o professor de Filosofia da USP Franklin Leopoldo e Silva, ponderando que uma das grandes confusões que se observa na avaliação das tecnologias da informação atualmente disponíveis provenha da própria definição do que seja informação; o professor de Filosofia da Unicamp Oswaldo Giacóia Júnior, que se debruça sobre os paradoxos dos “tempos modernos” para dar parecer sobre a atual concepção de presente; o também professor de Filosofia da USP Renato Janine Ribeiro que indaga “por que não aceitamos o tempo livre?”. Também deram suas impressões o arquiteto e mestre em Filosofia Sérgio Bolliger sobre a compulsão à curta duração dos fatos na rede, e a pós-doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP e coordenadora do mestrado em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM/SP, com o artigo sobre memória, lembrança e esquecimento na espiral midiática. “A sensação de overdose de informações é inevitável, levando-nos várias vezes a refletir sobre se, de fato, nessa lógica de ansiedade e excesso, estamos realmente envolvidos em processos de comunicação”, provoca ela. O cineasta Kiko Goifman assina o texto “Tempo e Imagens”, e no mesmo tema Max Alvim, documentarista, consultor de comunicação e membro do Laboratório de Inteligência Coletiva (LinC – http://www.linc.org.br/), diz que, apesar da palavra de ordem do momento ser mobilidade – referência à potência de ser e mover-se – nos sentimos prisioneiros de nós mesmos e de um tempo acelerado e desumano.

A matéria “500 anos depois” faz um apanhado de palestra proferida pela historiadora Mary Del Priori na ABERJE, passando a história do Brasil a limpo: o papel da televisão, os vícios brasileiros e a trajetória política, econômica e comportamental do país, em texto fluido e claro. A editoria Identidade Visual faz um histórico do design, comunicação e logotipia da fábrica italiana de automóveis Fiat. Em Olhar, é a vez do trabalho do arquiteto Roberto Loeb receber uma cobertura fotográfica para mostrar que história, cultura e meio-ambiente auxiliam na construção de espaços modernos, com ambientes que valorizam a convivência. No final da MSG, o tema “Amor Corporativo” traz o ponto-de-vista de três especialistas para discutir os relacionamentos amorosos entre colegas de trabalho, colocando na balança ações administrativas e as subjetividades dos sentimentos humanos – a psicanalista Fani Hisgail faz uma análise considerando elementos como libido e salário; o psicanalista Geraldino Ferreira Netto afirma que “o patrão não pode, nem conseguirá impedir, que o amor aconteça”; e o advogado Roberto Castro Neves opta por uma divertida ficção que desemboca em “Você decide” com três finais. Tem ainda um artigo do jornalista Sidnei Basile em que afirma que “a internet é muito boa para distribuir conteúdos de qualquer espécie, mas praticamente nula para gerar credibilidade”.

A revista, que chega às bancas com 74 páginas, pode ser adquirida nas unidades da Livraria da Vila, Livraria Cultura, FNAC, entre outras, a R$ 10,90. A ABERJE atualmente reúne as Associações Brasileiras de Comunicação Empresarial, Branding e Comunicação Organizacional, e há 41 anos trabalha pela integração entre a pesquisa e a teoria da Comunicação Organizacional e mostra sua transversalidade com diversos projetos em andamento de articulação e desenvolvimento do setor. Mais informações podem ser obtidas com o gerente de Relações Públicas da ABERJE e produtor executivo do projeto, Mateus Furlanetto, pelo mateus@aberje.com.br ou no 11-3662-3990.

This entry was posted on terça-feira, 5 de maio de 2009 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.