Apesar das expectativas de crescimento um pouco melhores para 2013, as economias de países desenvolvidos enfrentam ambientes regulatórios e de compliance cada vez mais complexos no período que se segue à crise financeira agravada no ano passado. Ao mesmo tempo, capitalizar oportunidades no mundo emergente requer que as empresas entendam os novos mercados e aprendam sobre os riscos correspondentes. Consequentemente, a gestão de riscos continua sendo um importante assunto na pauta corporativa global, conclui pesquisa desenvolvida pela KPMG International.
Em dezembro do ano passado, a EIU (Economist Intelligence Unit, do grupo The Economist), a pedido da KPMG, realizou uma pesquisa global que contou com a participação de 1.092 diretores executivos. O levantamento buscou explorar como as empresas estão se adequando à integração de uma estrutura conceitual holística de governança, risco e compliance (GRC) por toda empresa. As principais constatações da pesquisa, as quais serviram de base para a elaboração do relatório Expectations of Risk Management Outpacing Capabilities – It's Time For Action (Expectativas de como o Gerenciamento de Riscos Pode Aumentar a Sua Atuação - É hora de agir), são:
1. >> O gerenciamento de riscos é visto como uma atividade que contribui significativamente para os negócios. Contudo, as organizações precisam aprimorar a maneira com que avaliam como o gerenciamento de riscos traz retorno em relação aos seus investimentos e a maneira pela qual comunicam a sua estrutura e processo de gerenciamento de riscos, os valores gerados e a eficácia da sua aplicação aos seus stakeholders.
2. >> Os executivos continuam enfrentando desafios em relação à avaliação da exposição a riscos nas empresas que atuam.
3. >> Os executivos consideram o gerenciamento de riscos de extrema importância, mas são poucas as organizações que possuem o seu apetite ao risco definido.
4. >> As pressões e mudanças relacionadas ao ambiente regulatório são os elementos que representam a maior ameaça às corporações, segundo os entrevistados; já a instabilidade econômica e política em âmbito global é vista como a maior ameaça no cenário de riscos.
5. >> Entrevistados acreditam que as unidades de negócio estão mais aptas a avaliar os seus riscos e gerenciá-los do que uma área específica de gestão de riscos, de compliance ou de auditoria interna.
6. >> A falta de recursos humanos e de especialistas no assunto impede a convergência das funções de controles internos e de gerenciamento de riscos (considerar o gerenciamento de riscos como parte da estrutura de controles internos da empresa).
7. >> Estruturas deficientes de incentivos na remuneração impedem a tomada de decisões baseadas em riscos.
8. >> Os gastos para aprimoramento do gerenciamento de riscos continuarão a aumentar ao longo dos próximos três anos.
“O aumento da complexidade e o reforço do marco regulatório dos variados mercados são efeitos naturais em momentos imediatamente posteriores às crises. E o Brasil, como País plenamente integrado no cenário internacional, reflete o arcabouço de medidas que buscam mitigar a exposição das empresas e instituições aos variados riscos. Lidar com as exigências recém estabelecidas pelos reguladores e com as novas realidades de mercado é um grande desafio para que os gestores tratem de modo eficiente e produtivo a exposição corporativa aos riscos”, avalia Sidney Ito, sócio-líder de Consultoria em Riscos da KPMG no Brasil.
Sobre a pesquisa
Dos 1.092 diretores executivos entrevistados no mundo todo para o relatório Expectations of Risk Management Outpacing Capabilities – It's Time For Action, 28% são CEOs; 18%, CFOs; 7% membros de conselhos de administração e os demais diretores de operações, riscos, da área jurídica, tecnologia, compliance e de auditoria interna. As respostas à pesquisa vieram da América do Norte (25%), da Europa Ocidental (23%) e da Região Ásia-Pacífico (23%), América Latina (15%) e Oriente Médio (13%).
Mais da metade (54%) das empresas respondentes possui receitas globais anuais de U$ 500 milhões ou mais, com 37% destas reportando receitas de US$ 1 bilhão ou mais, e 14% com resultados acima de U$10 bilhões. A pesquisa foca principalmente em cinco grupos setoriais que abrangem mais de 75% de todos os respondentes: Serviços Financeiros (17%); Tecnologia, Mídia & Telecomunicações (16%); Bens Industriais Diversos (15%); Saúde (15%); e Energia e Recursos Naturais (14%).
Clique aqui para acessar o sumário do relatório (em inglês).
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