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Elas estão mesmo preocupadas com o meio ambiente?

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São poucas as empresas que não estampam e divulgam em todos os lugares possíveis as ações que realizam em defesa do meio ambiente. Mas, até que ponto essas empresas estão sendo verdadeiras? Elas realmente fazem o que dizem?

De acordo com a definição do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, “Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”.

Um grande desafio tanto para pessoas físicas, quanto jurídicas: conciliar uso racional de matéria-prima, lucro e demanda e ainda deixar o mundo limpo e habitável para nossos descendentes. Não é tarefa fácil. Existem boas práticas que podem ser adotadas, como a redução do desperdício na cadeia produtiva, utilização de produtos reciclados, melhorias nos equipamentos, sistema eficiente de dispensa e recolhimento de lixo e, principalmente, a conscientização de todos sobre a importância do tema.

Mas, algumas empresas ainda acham que a responsabilidade delas acaba no momento em que entregam o produto ao consumidor, revenda ou terceiros. Muito espantado e surpreso fiquei com a fabricante Electrolux, multinacional sueca. Recentemente adquiri um aspirador portátil da marca e, por um infortúnio o pino que conecta a fonte na tomada quebrou, conforme imagem abaixo.



O motivo de ficar espantado e surpreso foi que, ao entrar em contato com algumas revendas autorizadas da Electrolux, todas me informaram que não era possível consertá-la e que a única saída era comprar uma nova.

Em uma busca pelo site da empresa, encontrei a ‘Política Ambiental da Electrolux’: “É nossa intenção conduzir as ações da empresa dentro do conceito de desenvolvimento sustentável de forma que nossos produtos, serviços e manufatura tenham o menor impacto para a sociedade”.
Destaco também, alguns pontos em que a empresa diz apoiar as ações de responsabilidade ambiental, como:

• “Projetamos nossos produtos para reduzir o impacto ambiental na produção, uso e descarte”,

• “Encorajamos nossos fornecedores e contratados em sua responsabilidade com o meio ambiente”;

• “Prevenimos à poluição”.

Há uma dissociação do discurso da empresa com as ações reais. Se os produtos são feitos de forma a diminuir o prejuízo ambiental, por que a fonte do aparelho em questão não pode ser consertada? Ao comprar uma nova, a quebrada passa a ser lixo eletrônico, pois não há mais utilização.

Se os fornecedores e contratados são encorajados a participarem da política da empresa de responsabilidade social, por que a revenda onde comprei a fonte nova não quis recolher a fonte quebrada?

Antes de comprar a nova fonte, acessei o serviço Fale Conosco da empresa e enviei um e-mail relatando minha indignação. Nunca obtive resposta. Não é porque a empresa faz determinadas ações como a utilização de elementos reciclados na cadeia produtiva que ela fica dispensada das outras tarefas. Isso é como fazer metade do dever de casa. Portanto, merece somente metade da nota! Se o Grupo comercializa mais de 55 milhões de produtos/ano em 60 diferentes países, imagine quanto de lixo é produzido.
Juliano Melo
Relações Públicas
@julianoamelo
@blogserrp