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Você usa ecobag?

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Pesquisa mostra que 71% das pessoas entrevistadas que têm não a usam na hora da compra


Poucas pessoas usam efetivamente suas ecobags de acordo com a pesquisa realizada em supermercados, lojas, livrarias, farmácias, quitandas, entre outros, pela Gatto de Rua, confecção especializada em soluções têxteis. Da amostragem apenas 34% que possuem as sacolas ecológicas e dessas, 71% das pessoas não a estavam utilizando na hora da compra. Os principais motivos apresentados foram: esquecimento, pouca praticidade para carregar a ecobag e a opção de alguns consumidores em reciclagem das sacolas plásticas para outros fins.

As mulheres são as que mais utilizam as sacolas ecológicas, elas representam 83% dos consumidores ecologicamente corretos. A utilização das ecobags é mais notada em supermercados com 68%, contra 23% em quitandas, e 9% em outros tipos de estabelecimentos. Quanto a não adesão ao uso, os dados mostraram que se deve ao fato de os consumidores utilizarem as sacolas plásticas: em latas de lixos; para recolher dejetos de animais; e para transportar objetos (como toalhas em localidades praianas, roupas e guarda-chuvas molhados, livros, etc.). O levantamento foi realizado com 1.064 pessoas, entre 19 a 30 de julho de 2010 em diversos estabelecimentos.

Qual a sua desculpa para não usar uma ecobag?


Ações simples que contribuem para o Meio Ambiente

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Segundo estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), publicado aqui no Ser.RP, o Brasil gerou mais de 57 milhões de toneladas de resíduos sólidos em 2009, crescimento de 7,7% em relação ao volume do ano anterior. A geração per capita também registrou aumento de 6,6%, volume bem superior ao crescimento populacional, que foi de apenas 1% no ano. A pesquisa também demonstrou que, em relação a 2008, houve um crescimento de 8% na quantidade de resíduos sólidos urbanos (RSU) coletado no país, o que representa mais de 50 milhões de toneladas. Apesar de ter sido constatada uma evolução na adequação da destinação de RSU de 2008 para 2009, no cenário atual 43% do total de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil, que representam quase 22 milhões de toneladas, ainda são dispostos de forma inadequada, em aterros controlados ou lixões, que não garantem a devida proteção ambiental.

No dia a dia das empresas, vejo que os principais resíduos gerados são papel e plástico. Uma boa maneira de contribuir para a diminuição da produção de lixo é mudarmos algumas atitudes. Para diminuir a quantidade dos resíduos sólidos em questão, algumas medidas simples, que trazem resultados significativos para a preservação ambiental, podem ser adotadas. Dentro da Empresa, podemos nos atentar ao uso do papel, principalmente nas impressões. Diariamente uma grande quantidade desse material é deixada nas impressoras e acabam ficando sem utilidade. Imprima somente o que for mesmo necessário e procure aproveitar os dois lados da folha de papel, caso não contenha nenhuma informação confidencial. Procure fazer as correções do texto no computador, antes de imprimir. Nos banheiros, atente-se para o uso correto do papel-toalha, em geral, somente uma folha é suficiente para secar as mãos. Um funcionário desperdiçando somente uma folha na secagem, em um ano são 960 toalhas ou 288 metros de papel, que literalmente são jogados no lixo.

Já em relação aos copos, o ideal é evitarmos a utilização desses materiais descartáveis. Em vez de sempre pegar um copo novo, procure levar uma garrafa e um copo, de preferência de vidro, e deixe na sua mesa ou em um local designado pela companhia. Faça as contas, se trabalharmos, em média, 250 dias, e utilizarmos um copo para o café e um para a água, jogamos fora 500 unidades. Uma conta simples, mas que não reflete a realidade, já que não tomamos somente um copo de água ou somente um café durante todo o dia.

Atenção especial também deve ser dada no momento do descarte dos resíduos, jogando-os nos coletores específicos e nas cores correspondentes à sua categoria, contribuindo para a coleta seletiva. No dia a dia, podemos adotar outras medidas como não jogar lixo nas ruas, optar pelo transporte público ou pela caminhada quando em pequenas distâncias, ter atenção no uso racional da água, da energia elétrica e o incentivo de outras pessoas para essas práticas. Existem algumas regras que nos ajudam a balizar nossas ações, como a Regra dos 3 Rs:

Reduzir: esta primeira regra implica na diminuição do consumo. Pense bem antes de comprar algo. Você realmente precisa daquele produto?

Reutilizar: após a redução no consumo, devemos pensar em reutilizar os produtos antes de jogar fora.

Reciclar: muitos materiais podem ser reciclados, o que permite o aproveitamento de materiais que podem ser reutilizados na cadeia de produção, o que diminui a exploração de recursos naturais.

O exercício diário de boas práticas pode mudar o mundo e temos a obrigação de contribuir para o desenvolvimento sustentável. A preservação do meio ambiente merece todos os nossos esforços, tanto individualmente, quanto coletivamente.



Juliano Melo.

Estádios brasileiros buscam certificação verde para a Copa do Mundo de 2014

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Quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014, a ONG GBC Brasil logo iniciou articulações com o Comitê Organizador Local (COL) para promover a conceito da sustentabilidade nos estádios do País. Apesar de haver apenas a orientação do COL para a certificação LEED, o Brasil já possui quatro arenas registradas para receber o sele verde e outras quatro cidades garantiram que irão buscar a certificação.

Os estádios já registrados são o Mineirão 2014(BH), Complexo Esportivo do Amazonas (Manaus), Arena Cuiabá e Estádio Nacional de Brasília (Brasília). Há também o comprometimento das arenas Maracanã (Rio), Cidade da Copa (Recife), Das Dunas (Natal) e Fonte Nova (Salvador) em se tornarem empreendimentos verdes.

Além de minimizar os impactos da construção civil no meio ambiente, a certificação LEED garantirá às arenas brasileiras a redução de cerca de 10% na operação, ou seja reduz o custo de manutenção dos estádios e ginásios do País, que é um dos principais problemas das administrações destes espaços.

A arena verde tem como premissa o uso da água de forma responsável e ser dotado de maior eficiência energética. É possível reduzir em 30% o consumo de água e até 10% o gasto em energia, além da contratação desta energia de fontes renováveis. A certificação LEED também leva em consideração aspectos positivos como a localização, o acesso por meio de transporte público, o uso de materiais recicláveis na construção, a aplicação de tecnologias que reduzem o efeito ilha de calor, o desvio do entulho dos aterros sanitários com o reaproveitamento, reuso e reciclagem dos mesmos entre outros pontos. Isto tudo proporcionará que ao atender estas diretrizes teremos também ótimos resultados no entorno destes locais e a sociedade como um todo.



Reciclagem energética do lixo: uma excelente opção para o Brasil

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Recebi um texto muito bom sobre a reciclagem energética no Brasil e no Mundo. O tema foi discutido recentemente no 1º Seminário Internacional de Tecnologia e Gestão de Resíduos Sólidos - Rio Ambiente 2010, entre os dias 26 a 28 de maio, no Rio de Janeiro



Reciclagem energética do lixo: uma excelente opção para o Brasil

A reciclagem energética do lixo é uma das melhores soluções econômicas e ambientais que alguns países encontraram para solucionar a questão do lixo urbano



Atualmente, 35 países utilizam essa tecnologia e cerca de 150 milhões de ton/ano de lixo urbano são destinados em mais de 850 instalações de combustão com geração de energia elétrica ou térmica, todas perfeitamente adequadas às mais rígidas normas ambientais.

A Alemanha, por exemplo, aboliu os aterros sanitários em função da reciclagem energética. Os Estados Unidos suprem 2,3 milhões de residências com energia elétrica vinda de 98 usinas. A União Européia conta com 420 usinas; só no Japão são 249; na Suíça, 27.

Empresas e instituições brasileiras estão trabalhando para implementar a reciclagem energética no Brasil como forma de suplementar a reciclagem mecânica (transformação da sucata em outros produtos, com acontece com o plástico). E, como um adicional, pretendem estimular essa tecnologia como uma alternativa energética de larga escala.

Dados sobre a Reciclagem Energética
A destinação do lixo urbano transformou-se num dos mais graves problemas das grandes cidades. As prefeituras tem que enfrentar as questões logísticas sobre o lixo – falta de espaço para aterros, transporte do lixo para outras cidades, tratamento e “hospedagem” desse lixo, etc – o que acarreta grandes encargos às administrações municipais. Já existe solução para uma destinação mais adequada do lixo, com menor ônus para os cofres públicos e menos impacto ambiental – evitando as emissões decorrentes da necessidade do transporte do lixo, contaminação e a sobra de resíduos.

No gerenciamento do lixo, a reciclagem energética é fundamental para garantir a correta destinação de todos os resíduos que não podem ser reciclados mecanicamente e/ou compostados para se biodegradarem.

Os produtos mais nobres encontrados no lixo (garrafas PET, Isopor e vários tipos de plásticos, latas de alumínio, entre outros) já são aproveitados, em parte, com a coleta seletiva. E assim deve ser cada vez mais, reutilizando estes materiais, mantendo e valorizando o trabalho dos responsáveis pela coleta seletiva.

No entanto, o maior volume do lixo, que tem baixo valor de compra para reciclagem, vai mesmo para aterros sanitários e até para lixões nas periferias. Com isso, vários aterros já apresentam sinais de saturação e, com isso, o lixo tem que ser transportado por muitos quilômetros, até encontrar um destino nem sempre seguro.

Enquanto o Brasil desperdiça esta riqueza e ameaça seu subsolo, vários países de vanguarda na área ambiental, como Alemanha, Dinamarca, Japão, entre outros, empregam em larga escala a reciclagem energética, que consiste em queimar o lixo em condições totalmente seguras para gerar energia.

E, de quebra, esses países agregam uma nova matriz energética, com tecnologia avançada, 100% segura e limpa – a tecnologia aplicada hoje é completamente diferente e mais avançada que a dos antigos incineradores de lixo.

O processo:
1. Somente depois de uma triagem, na qual são retirados os elementos que podem ser reciclados mecanicamente para se tornarem novos produtos, o lixo é encaminhado para a reciclagem energética. Nesse ponto, o papel do catador é fundamental para que não haja desperdício de nenhum tipo de produto.

2. O que sobra desta separação (restos de alimento, materiais higiênicos descartáveis, além das próprias sacolinhas plásticas que embalam lixo) segue para a reciclagem energética.

3. Os plásticos são fundamentais no processo da reciclagem energética. Plástico é energia. Um quilo de plástico equivale a um quilo de óleo diesel. São os produtos plásticos presentes no lixo urbano que irão servir de combustível para que o processo de reciclagem energética ocorra.

4. Na etapa seguinte, os resíduos são queimados em um forno industrial, numa temperatura de cerca de 1000º C. A tecnologia aplicada neste procedimento impede a emissão de gases poluentes durante a queima.

5. Na queima, os gases quentes são aspirados para uma caldeira de recuperação, onde é produzido vapor. É este vapor que aciona o gerador de energia térmica ou elétrica, dependendo da tecnologia.

6. A sobra de toda a queima, que gira em torno de 8% do volume queimado, é reutilizada na fabricação de material de construção, como telhas e tijolos.

Os benefícios da reciclagem energética
* Minimiza significativamente o problema dos lixões e aterros;
* É a alternativa recomendada pela ONU (IPCC 2007) para a destinação do lixo urbano;
* Reduz a emissão de gases dos aterros sanitários;
* Possibilita a recuperação energética dos materiais plásticos;
* Pode ser aplicada perto de centros urbanos, reduzindo o custo do transporte do lixo para aterros distantes;
* A área exigida para a implantação de uma usina é inferior à de um aterro.

No mundo:
A recuperação de energia em processos de tratamento térmico do lixo urbano já é uma realidade em vários países do mundo. Atualmente, cerca de 150 milhões de ton/ano de lixo urbano são destinados em mais de 850 instalações de combustão com geração de energia elétrica ou térmica, todas perfeitamente adequadas às mais rígidas normas ambientais.

São 35 países que utilizam essa tecnologia, resolvendo a questão da destinação do lixo urbano e, ainda, como um benefício extra, geram mais de 10.000MW de energia elétrica e térmica. A maior parte destas usinas se localiza em países desenvolvidos, mas existem cerca de 50 instalações operando na Malásia, Singapura, Coréia do Sul, China e outros países em desenvolvimento.

A Alemanha, por exemplo, aboliu os aterros sanitários em função da reciclagem energética. Os Estados Unidos suprem 2,3 milhões de residências com energia elétrica vinda de 98 usinas. A União Européia conta com 420 usinas; só no Japão são 249; na Suíça, 27.

No Brasil:
Hoje o Brasil produz cerca de 170 mil toneladas de resíduos sólidos urbano por dia, acumulando mais de 61 milhões de toneladas por ano, dos quais cerca de 83% são coletados, mas isso em apenas 40% do municípios.

A cidade de São Paulo, por exemplo, já começa a “exportar” o lixo para o município de Caieiras por falta de espaços para aterros. Imagine o custo dessa logística e o impacto ambiental com emissões, por exemplo. Os grandes centros urbanos brasileiros têm praticamente todos os seus aterros saturados.

Com o objetivo de promover e criar condições para a implementação da reciclagem energética dos resíduos no Brasil a Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos e a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe) assinaram um Acordo de Cooperação.

As entidades iniciaram estudos sobre a viabilidade econômica, tecnológica e regulatória, objetivando a da instalação de usinas de reciclagem energética no país, principalmente nos municípios que já não têm espaço para a destinação do seu lixo.

GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS TEM EXPRESSIVO CRESCIMENTO NO BRASIL, SEGUNDO PESQUISA DA ABRELPE

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Publicação “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – 2009” mostra que a geração de lixo cresceu em ritmo muito superior ao da população. Quase 22 milhões de toneladas ainda têm destino impróprio


A ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais apresenta os dados inéditos da edição 2009 do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Além dos dados nacionais e das regiões geográficas, esta edição traz também de maneira inédita as informações segmentadas por Estado.

A publicação demonstra que, apesar de alguns avanços, a situação do setor ainda é crítica em relação à geração, coleta e destinação de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). O País gerou mais de 57 milhões toneladas de resíduos sólidos em 2009, crescimento de 7,7% em relação ao volume do ano anterior. Só as capitais e as cidades com mais de 500 mil habitantes foram responsáveis por quase 23 milhões de toneladas de RSU no ano.

A geração per capita também registrou aumento de 6,6%, volume bem superior ao crescimento populacional, que foi de apenas 1% no ano. “Esse dado indica um aumento real na quantidade de resíduos gerados e reflete a ausência de ações com objetivo de minimizar a geração de resíduos no País”, afirma Carlos Roberto Vieira da Silva Filho, diretor executivo da ABRELPE, ao observar que “o lançamento do Panorama 2009 acontece em um momento muito importante, quando se intensificam as mobilizações para a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos”.

O Panorama demonstra que, em relação a 2008, houve um crescimento de 8% na quantidade de RSU coletado no país, o que representa mais de 50 milhões de toneladas. Silva Filho ressalta que esse crescimento na abrangência da coleta indica que o país caminha de maneira constante para universalizar esses serviços.

Apesar de ter sido constatada uma evolução na adequação da destinação de RSU de 2008 para 2009, no cenário atual 43% do total de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil, que representam quase 22 milhões de toneladas, ainda são dispostos de forma inadequada, em aterros controlados ou lixões, que não garantem a devida proteção ambiental.

“Isso evidencia a carência de uma gestão integrada eficiente, que envolva toda a cadeia”, observa o diretor executivo da ABRELPE. Esta gestão deve contar com programas de conscientização para reduzir a geração de lixo; a implantação de programas estruturados de coleta seletiva, que substituam as atuais práticas informais por políticas de reciclagem, e por fim a implementação de unidades adequadas para a destinação final de um volume mínimo de resíduos.

O levantamento desenvolvido pela ABRELPE também mostra que a oferta dos serviços de coleta seletiva continua avançando nos municípios, porém a passos muito lentos. Das 5.565 cidades 56,6% afirmaram contar com iniciativas de coleta seletiva. “Esta evolução vem se mantendo estável nos últimos cinco anos. Parece claro que a prática de medidas isoladas, e calcadas em ações informais, ainda é uma solução parcial, que não tem potencial de trazer avanços concretos para o setor”, lembra o diretor executivo da ABRELPE.

O Panorama 2009 ainda revela que os investimentos dos municípios destinados aos serviços de limpeza urbana - que incluem coleta de lixo diária, transporte, destino final, varrição, limpeza de ruas, capina, limpeza de córregos - são bastante limitados.

“A despesa média municipal no Brasil para dar conta de todos os serviços de limpeza urbana é de pouco mais de R$ 9,00 por habitante por mês, muito inferior ao ticket médio de outros serviços essenciais, como luz e água. Essa limitação financeira se torna uma importante barreira para os avanços do setor”, conclui o diretor executivo da ABRELPE.

Estudo destaca áreas protegidas como estratégia para conter mudanças climáticas

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Estudo publicado hoje, que contou com a participação de cientistas de 13 instituições diferentes, entre as quais universidades e organizações de pesquisa, conclui que a proteção de áreas florestais constitui uma das estratégias mais eficazes, práticas e de efeito imediato para combater as mudanças climáticas.

Intitulado “Indigenous Lands, Protected Areas, and Slowing Climate Change” (Terras indígenas, unidades de conservação e o desaceleramento das mudanças climáticas), o estudo foi publicado no periódico científico PLoS Biology. Os autores recomendam, especificamente, que as unidades de conservação sejam incorporadas às estratégias de redução de emissões de gases de efeito estufa oriundas do desmatamento e da degradação florestal, conhecidas pela sigla REDD.

“O desmatamento é a causa de aproximadamente 15% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. Esse percentual é superior ao de todas as emissões causadas por automóveis, caminhões, trens, navios e aviões no mundo inteiro. Se não conseguirmos reduzir as emissões oriundas do desmatamento, vamos fracassar nos esforços para estabilizar o clima”, afirma Taylor Ricketts, diretor do Programa Científico do WWF-Estados Unidos e principal autor desse estudo. “Nosso artigo demonstra que criar e fortalecer terras indígenas e unidades de conservação pode ser um meio eficaz de reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, agregar vários benefícios adicionais para as populações locais e os animais silvestres”.

O estudo apresenta análises e demonstra que, desde 2002, na Amazônia Brasileira, o desmatamento foi 7 a 11 vezes menor dentro das terras indígenas e unidades de conservação (parques, estações ecológicas, reservas extrativistas e outras), em relação ao desmatamento ocorrido em áreas que não estão sob proteção oficial.

As simulações indicaram que as áreas protegidas criadas entre 2003 e 2007 foram capazes de prevenir o desmatamento de uma área estimada de 259 mil km2 até 2050. Essa área é maior do que o Estado de São Paulo e representa uma quantidade de carbono equivalente a um terço das emissões mundiais anuais de CO2. E a localização faz diferença: a eficácia das áreas protegidas na redução efetiva das emissões será maior quando as unidades de conservação estiverem em regiões onde ocorre maior pressão de desmatamento.

"Esse estudo confirma o acerto dos investimentos mundiais em áreas protegidas”, declara Gustavo A. B. da Fonseca, co-autor do estudo e Líder da Equipe de Recursos Naturais do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). “Além de proteger ecossistemas e espécies importantes no âmbito mundial, as 2.302 áreas protegidas que contam com o apoio do GEF cobrem uma extensão de 634 milhões de hectares e, juntas, servem de depósito para nada menos do que 30 bilhões de toneladas de CO2".

As políticas internacionais de compensação da redução de emissões oriundas do desmatamento e da degradação florestal (REDD) para nações com grandes áreas de florestas são objeto de intensas negociações. Para ter acesso aos fundos de compensação, os países em desenvolvimento terão que desenvolver programas e instituições capazes de reduzir as emissões por desmatamento.

“As unidades de conservação representam um componente valioso dos programas nacionais de REDD, pois já dispõem da infraestrutura e das instituições necessárias para utilizar os fundos, fortalecer a proteção e gerar resultados”, declarou Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil. “A criação de unidades de conservação geralmente torna mais claras questões relativas à propriedade da terra e aos direitos a créditos de carbono a ela associados, que têm sido motivo de impasse em algumas negociações”.

O estudo também avalia que os custos de criação e do aperfeiçoamento da gestão e manejo das unidades de conservação é inferior ao de outras alternativas para reduzir as emissões oriundas do desmatamento. Para completar uma rede robusta de áreas protegidas no mundo em desenvolvimento e fazer a gestão da mesma seria preciso dispor de US$ 4 bilhões anuais. Essa quantia equivale a aproximadamente um décimo do capital disponível para as políticas internacionais de REDD.

Segundo o estudo, as nações florestais podem fortalecer o papel das áreas protegidas em suas estratégias de REDD com as seguintes medidas:

Identificar onde as terras indígenas e as unidades de conservação poderiam ser mais eficazes para reduzir os índices de desmatamento e suas emissões associadas;


Instituir um monitoramento nacional para medir os índices de desmatamento e quantificar as reduções de emissões de carbono;


Criar mecanismos de seguro contra a extração ilegal de madeira e os incêndios florestais;


Suprir os povos indígenas e comunidades locais com as informações e capacitações necessárias para que eles possam participar;


Adotar a transparência nos pagamentos feitos para compensar quem é responsável pela redução de emissões.


O estudo publicado “Indigenous Lands, Protected Areas, and Slowing Climate Change” está disponível no link http://www.worldwildlife.org/science/2010pubs/WWFBinaryitem15590.pdf

Veja o MAPA (em inglês) que mostra os estoques de carbono e as emissões potenciais de uma seleção de unidades de conservação na Amazônia brasileira, disponível no link http://www.worldwildlife.org/science/2010pubs/WWFImgFullitem15589.jpg


As emissões potenciais são estimadas por meio da simulação do desmatamento futuro até 2050, em condições com e sem a presença das áreas protegidas. A diferença (que aparece em barras de cor laranja) representa a redução de emissões de CO2 atribuída a cada área protegida de floresta.