Ninguém faz comunicação sozinho!!

Sem comunicação



As organizações não estão preparadas para a comunicação deste século, e creio que nem eu!!



Com um posicionamento engessado de que os discursos organizacionais só serão “oficiais” se forem proferidos pelas pessoas ou departamentos indicados pela direção, tiramos todo o papel estratégico que tem o boca-a-boca, a comunicação “não-oficial”, mas que muitas vezes tem maior credibilidade e poder de influência do que um discurso oficial escrito em um boletim interno.



Redes de influência – públicos em rede


Se compactuarmos com este posicionamento, deixamos de considerar o potencial de influência que nossos públicos exercem em outras esferas e/ou agrupamentos (familiares, amigos, etc), o que nos leva a subestimar a abrangência da mensagem. Ao considerar a comunicação inserida em redes de relacionamento, entenderemos que os resultados destas mensagens correm em ondas, variando em intensidade e sentido, passando de um segmento de público para outro. É com esta visão sistêmica dos fluxos de influência que entenderemos toda a abrangência dos relacionamentos de uma organização, evitando subestimar o potencial dos relacionamentos organizacionais.



Este erro crasso pode encontrar explicação na visão paternalista que temos de incumbir as tarefas e/ou ferramentas, em nosso caso a comunicação, somente à especialistas. Porém, estamos falando de um processo social, algo que é inerente ao ser humano, a capacidade de comunicar e a necessidade de transmitir ideias e impressões sobre tudo aquilo que vivemos. As pessoas tem necessidade de comunicar, e invariavelmente isto acontecerá, querendo ou não a direção de uma empresa. No entanto, fica aí o papel mais importante do comunicador, que é aquele que possibilita o diálogo. Gerar ferramentas, criar canais de comunicação adequados aos públicos, possibilitar uma comunicação natural e igualitária é o dever e o grande desafio dos novos comunicadores. Nesta missão complexa, temos que ponderar sobre o papel do mediador de diálogo, buscando uma atitude que seja equilibrada; firme para responder às crises mas também natural para que o fluxo de comunicação se mantenha contínuo e verossímil às características, linguagens e crenças daqueles que comunicam.



É uma grande ingenuidade achar que seus "colaboradores" falam de sua organização somente em reuniões internas. Ao invés de criar impeditivos para estes colaboradores, as organizações deverão é fomentar que eles falem mais, digam o que estão pensando, o que estão sentindo. É desta forma que poderemos visualizar os resultados dos relacionamentos de nossos funcionários, fornecedores e outros grupos que em sua maioria são deixados de lado nas estratégias de comunicação. Por isso questiono a postura do comunicador, aquele que acha que seu dever é “editar” e controlar todas as mensagens da organização em pról da manutenção de um "direcionamento estratégico". Acredito em criação colaborativa, mesmo para o discurso “oficial” da instituição, isto dará um caráter muito mais verdadeiro e natural às mensagens da organização.



Se a comunicação é um processo social, como é que podemos deixar de aplicar este raciocínio também para a comunicação organizacional?

This entry was posted on quinta-feira, 14 de abril de 2011 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.