A paixão e o amor são sentimentos complementares. Isso vale para relacionamentos e até mesmo para a escolha da profissão. Para mim, a profissão de Relações Públicas teve exatamente esse poder: formada há 5 anos, mas relações públicas atuante desde o início da faculdade iniciada em 2003 na UERJ, sou aquela profissional que simplesmente AMA e é APAIXONADA pelo o que faz. Hoje, estou concursada na Petrobras e atuo na gerência de Relacionamento Externo do Abastecimento. Mas tenho experiência com Comunicação Institucional, Comunicação Interna, Gestão de Mídias Digitais, Pesquisa de Mercado e Opinião Públicas (essas duas últimas, áreas em que me especializei). Já passei por agências de comunicação e Marketing como a In Press Porter Novelli, Conceito Comunicação Integrada e Conquist, além de uma empresa na área de TI, InforMaker, e estágios na UERJ. E como cheguei até aqui? Bem, fui “contagiada” pela profissão em 1997, quando cursava a 7ª série do primeiro grau.
Parece cedo né!? Mas terminem de ler que vocês vão entender.
Um mundo novo se abria para mim naquele ano. Na época, morava em Angra dos Reis e a usina tinha iniciado um programa de visitas com alunos e logo chegou a vez da minha turma. Já na usina, um simpático rapaz nos recebeu, deu boas-vindas e explicou tudo o que a usina fazia, como o urânio chegava enriquecido, o papel de cada máquina e o processo de produção. Eu, caipira que era naquela época – se é que ainda não sou um pouco – fiquei encantada! E mais, o rapaz mostrou cada detalhe e tirou todas as dúvidas dos curiosos alunos. Eu só pensava em como alguém sabia tanto de algo. Tentava lembrar o nome do cargo dele e não conseguia. Ao fim da visita, na maior cara de pau, perguntei o nome do que ele fazia ali. Ele respondeu: Sou Relações Públicas da Usina. Em frações de segundo, minha cabeça fervilhou de perguntas e ideias sobre o que significava ser esse tal de Relações Públicas. Perguntei, claro! Ele explicou, exemplificou e respondeu cada pergunta, tudo isso com um sorriso no rosto e um incrível brilho nos olhos. Um encantamento e paixão por tudo que desenvolvia. Pronto: cismei que queria ser RP um dia.
Anos se passaram e o sonho da faculdade era algo ainda muito distante e longe da minha realidade social. No 1º ano do segundo-grau, fiz uma prova e ganhei uma bolsa no curso técnico em Administração de Empresas. Mas foi exatamente esse curso – feito em paralelo ao 2º grau geral -, na verdade a cadeira de Marketing que me ajudou a ter certeza da escolha feita na 7ª série. A professora ao apresentar as teorias do MKT e também as ferramentas utilizadas, entre elas, Relações Públicas, mostrou o quão especial era esse profissional. Conforme ela ia falando, eu só pensava: um dia vou ser Relações Públicas. (importante: hoje, não acredito que RP seja uma ferramenta do Mkt, mas isso é discussão para outro post rs).
O tempo passou, o curso acabou, voltei a morar em Resende (minha cidade Natal). Em 2001, cursando o terceiro ano, eu percebia que não ia começar a cursar a minha faculdade tão cedo. Eu estava trabalhando como vendedora, fazendo bombons e bijuterias nessa época. Já em 2002, consegui uma barraquinha de artesanato na cidade. Era um trabalho duro, mas que rendia uma boa grana. Mas eu sempre gostei de estudar e sabia que era algo temporário.
Em meados desse ano, vi uma faixa da UERJ dizendo que o vestibular estava aberto. Sem pensar, desci do ônibus e fui pegar uma ficha de inscrição. Pensava em fazer, ver como eu ia nas provas do vestibular e depois com a nota tentaria uma bolsa num cursinho. Nada disso foi necessário, pois passei de primeira para Relações Públicas na UERJ. Pirei! E pirei minha mãe também que não tinha ideia de como me ajudar com esse sonho. Ora, ela não poderia bancá-lo, muito menos conhecia alguém no Rio de Janeiro. Na minha cabeça, comecei a desenhar os planos: tranco minha matrícula e começo no segundo semestre. Assim, eu teria tempo para arrumar um emprego no Rio e poderia cursar a faculdade à noite. Na época, uma ex-professora da 7ª série, grande incentivadora dos meus estudos, e suas filhas, de quem eu sou amiga, estavam morando em Niterói. Ao dar a notícia que eu tinha passado no vestibular e a minha decisão de trancar, a professora Elisa disse que não era para eu fazer isso de jeito algum e me convidou para morar na casa dela. Não pensei duas vezes e aceitei a proposta. Eu também tinha duas amigas da época da escola – que iam fazer RP, mas que acabaram optando por Relações Internacionais - morando no Rio e elas me ajudaram com o processo de matrícula, dicas do Rio entre tantas outras coisas.
Comecei a faculdade e fiquei encantada com tudo: o campus, um prédio cinza enorme no meio da cidade e perto do Maracanã, os professores, as matérias. Tudo era novidade, afinal. Ainda no primeiro ano, comecei a estagiar na área de Eventos, depois com Pesquisa de Mercado e Opinião e com tudo mais que foi aparecendo na minha frente. A biblioteca e a Xerox eram meus melhores amigos, pois era impossível comprar todos os livros. Ainda assim, posso dizer que fui uma aluna aplicada, que me dediquei muito para realizar esse sonho. E para bancá-lo, além da ajuda da minha família, da prof. Elisa e das amigas, pude contar com os grandes amigos que fiz na faculdade. Eles me ajudavam nos momentos de desespero e compravam meus bombons e bijus. Uma amiga costumava dizer: “estamos sempre devendo a Muriel”.
Hoje, olho para trás e posso dizer que fazer a faculdade não foi algo fácil, na verdade, foi muito mais difícil do que eu estou escrevendo aqui. E o engraçado é que não encontrei dificuldade para entrar no mercado por ter escolhido Relações Públicas, ao contrário, isso já foi inclusive a chave da porta. Encontrei dificuldade por não ser uma pessoa que tem inglês fluente (eu não tinha nem o básico), por não ter uma bagagem cultural (antes de iniciar a faculdade eu conhecia apenas umas 5 cidades e tinha pouquíssimos livros) e por n outros motivos que nem valem ser citados. E apesar de tudo isso, tenho certeza que fiz a escolha certa. Fazer a faculdade foi algo incrivelmente prazeroso e foi assim que eu cheguei por aqui.
Muriel de Paula
Como cheguei aqui!! Por Muriel de Paula
This entry was posted on terça-feira, 16 de agosto de 2011 and is filed under Como Cheguei até aqui,Relações Públicas. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.
One Response to “Como cheguei aqui!! Por Muriel de Paula”
Muriel, você conseguiu me calar... nenhuma história, por mais robertando que seja, vai barrar a sua! PARABÉNS!!!
Postar um comentário