Achar a fórmula do ‘viral perfeito’ é extremamente difícil. É o pote de ouro no fim do arco-íris para os comunicadores do mundo virtual. Uma simples busca pelos termos marketing viral no Google, principal site de indexação do mundo, traz aproximadamente 1.010.000 resultados (18/05/2010). Vários são os sites que aparecem trazendo a receita de sucesso, ‘x’ técnicas de como montar o seu viral perfeito, definições, exemplos, vídeos, entre outros. A verdade é que poucas experiências, em um universo gigante de tentativas, aqui me refiro às tentativas corporativas, foram realmente bem sucedidas.
A mecânica é simples: divulgar um texto, um vídeo, uma imagem, um game, um widget ou outra forma de arquivo na internet e ver isso publicado se espalhar no mundo virtual. Assim como no caso de um vírus no corpo humano, que se utiliza das células para se reproduzir e alcançar todas as partes, da cabeça aos pés, o viral, na rede, também procura essa reprodução massiva para todos os cantos, sendo duplicado em blogs, sites, redes sociais, e-mails, etc.. Faz-se uso do boca-a-boca, no caso virtual, para que a notícia se espalhe como fogo em pasto seco.
No livro “A Bíblia do Marketing Digital”, o autor Cláudio Torres inicia o capítulo sobre o tema dizendo que o viral é “uma das mais produtivas e pouco exploradas ferramentas da Web 2.0”. Ela é produtiva, porque, quando agrada e cai nas graças dos internautas, espalha-se com uma velocidade espantosa. Utiliza-se do fator confiança. Por exemplo, você recebeu um arquivo de vídeo de um amigo por e-mail, que dizia mil maravilhas sobre a produção. Sem hesitar, abriu, viu, gostou e repassou para a sua lista de contatos também exaltando como a produção era legal e como valia a pena vê-lo. Talvez três ou mais de seus amigos fizeram a mesma coisa, e assim, o arquivo de audiovisual foi se reproduzindo e atingindo várias pessoas.
Já, quando o autor diz que é pouco explorada, ele se vale exatamente do argumento de que poucas experiências corporativas alcançaram o êxito, o sucesso. Muitas vezes, as principais ações que se tornaram ‘virais’, não são provenientes de produções para a divulgação de uma empresa, produto ou serviço. Mas, sim, de uma situação inusitada, de humor, de desconhecidos que se destacaram, como no caso de Susan Boyle, de acidentes, de flagras. Todos com características de produções amadoras.
Recentemente, os principais veículos jornalísticos, principalmente os on-lines, nos bombardearam com notícias de um vídeo caseiro do casal global Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert que teria vazado e caído na internet. A busca pelas palavras dos atores retornou 94.300 resultados, sendo que as primeiras páginas fazem referência ao vazamento do vídeo. Quando refinamos a busca utilizando as tags vídeo mais os nomes deles, o retorno é de 137.000 resultados. Pouco tempo depois de ter estourado e estampar como destaque nos principais blogs e sites o suposto escândalo, a empresa KY, que contratou os atores para realizarem a ação, fez uma coletiva de imprensa com os dois e explicaram que todo esse estardalhaço foi para divulgar um novo produto da marca. O sucesso deste viral foi em decorrência da combinação de vários fatores, que foram muito bem arquitetados, como a criatividade, o uso das mídias on-line, o fator surpresa, e principalmente o apelo voyeur e amador da produção.
Juliano Melo.
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