Novo ambiente de negócios muda a comunicação






Um novo paradigma no ambiente de negócio das telecomunicações está em andamento: é a comunicação móvel conectando as pessoas. A avaliação é que esta realidade cause profundas alterações na dinâmica dos relacionamentos empresariais e mesmo pessoais. Ao final de 2008, está previsto o patamar de 4 bilhões de usuários no mundo, num tempo inferior a 20 anos do primeiro lançamento. Este foi o panorama sobre o qual mais de 150 palestras foram desenvolvidas na edição 10 do Futurecom – seminário internacional e espaço de exposições organizado pela Provisuale no Transamérica Expo Center em São Paulo/SP, entre os dias 27 e 30 de outubro de 2008.

A idéia é de que o serviço de banda larga móvel supra a demanda reprimida existente entre os 42 milhões de brasileiros que possuem computadores e os 9 milhões de clientes da banda larga, sendo que apenas 800 mil deles utilizam o acesso de 3G da telefonia móvel. A aposta nesse novo cenário é para 2012, quando se estima que 55% dos dispositivos serão de terceira geração e o serviço estará disponível para 2/3 do total de usuários de telefonia móvel no mundo. Almir Narcizo, da Nokia, destaca que a concepção não é mais conectar lugares, mas sim pessoas, com uma produtividade melhorada em vários sentidos. Armando Almeida, da Nokia Systems, complementa dizendo que a geração de economia no trabalho por conta da mobilidade atingiu 157 bilhões de dólares por ano, em pesquisa ainda de 2004. Carlos Duprat, da Ericsson, diz que o contexto do 3G e da banda larga móvel foi pesquisado quanto ao impacto na produtividade dos negócios, comprovando-se um incremento médio de 27% nos negócios. Vários momentos perdidos são agora utilizados de maneira produtiva e útil. Neste sentido, aplicações corporativas estão sendo centradas no vídeo, como os serviços de vídeo-chamada e a melhoria das intranets com incorporação desta tecnologia. Outra grande tendência instalada seria o home-office, com economia de 50 bilhões de toneladas de gás carbônico e por conseqüência de energia dispendida.

A proposta é dar vida ao aparelho celular por meio da agregação de serviço. Afinal, como assinala Denoel Eller, da HP, a banda larga móvel finaliza a prevalência da base de software instalada em computadores fixos. Cada vez mais os data centers podem ser acessados de qualquer lugar por vários dispositivos. A HP, por exemplo, comprou 30 empresas nos últimos três anos e 27 delas são de software, demarcando uma nova realidade, aí incluindo serviços conectados a GPS. Outra peculiaridade é a oferta de armazenamento digital de dados sem custos para os clientes. “Este é o grande salto. A sociedade se transforma, sobretudo pelo elemento da telefonia móvel”, visualiza Narcizo.

Pela capacidade instalada de hardware, pelas redes de operadoras e pelos aplicativos disponíveis, Maurício Vergani, da Embratel, vê realmente agora a possibilidade de praticar a convergência. De outro lado, aponta que as empresas de telecomunicações precisam sair das discussões técnicas para pensar mais no cliente. “Temos que mudar o eixo para pensar sempre no cliente, como age e reage, e não dar preferência para a tecnologia. Acho que esta situação de crise vai acelerar este enfoque”, manifesta. Para Antônio Valente, da Telefónica, a convergência está instalada e há uma pressão competitiva muito forte que gera grandes alterações dentro das empresas, sobremaneira na racionalização de custos e na agilização da tomada de decisão. Então, é preciso falar de inovação e de flexibilidade e da criação de condições legais para a consolidação das organizações e seus investimentos na área, como saída para diferenciação e para a continuidade dos negócios em tempos de grande mudança. Análises da consultoria Accenture indicam que a grande diferença entre as empresas de alta e baixa performance está na quantidade e qualidade do uso e interace da organização, com três públicos prioritários: clientes, funcionários e fornecedores. Isto comprovaria as tendências de que o desenvolvimento econômico e social dos países deriva do grau de seu investimento tecnológico como dinamizador das relações, aponta o executivo Petrônio Nogueira.
DIGITAL – A explosão da telefonia celular no Brasil tem impulsionado uma nova modalidade de marketing, que já começa a ter representatividade na receita das operadoras de telefonia móvel. Análises da IDC (International Data Corporation) mostram que as mensagens enviadas por empresas aos consumidores via celular movimentaram U$ 129 milhões em 2007. Ainda segundo o estudo, os envios já representam 10% da receita dos serviços de valor agregado das operadoras. Em 2008, o valor deve ultrapassar os U$150 milhões.Os dados fazem parte do estudo Mobile Content Services, análise quantitativa que considerou o número de mensagens de publicidade e promoções enviadas por empresas de telefonia.

Segundo Manzar Feres, da IBM, a indústria mudou porque agora os clientes entendem de tecnologia e dialogam em alto nível com as organizações. E isto gera um usuário muito mais exigente e novos desafios para as empresas chamarem a atenção e conduzirem a comunicação. Este ponto tem a concordância de Maurício Oliveira, da Telefónica, dizendo que o cliente fica cada vez mais sofisticado e apresenta demandas muito segmentadas. É uma complexidade que exige concatenação de operações, por isto as empresas passam a ser integradoras de soluções de vários parceiros, para poderem tentar atingir esta diversidade. Assim, surgem os pacotes de produtos e serviços, como os “Combo”. Paulo Teixeira, da Vivo, lembra que são 20 milhões de pessoas na “nova classe média”, exigindo desenvoltura das empresas quanto a processos educativos de manuseio e aproveitamento das novidades tecnológicas. É um segmento onde o “boca-a-boca” funciona bem, e se transforma no “clique-a-clique”. A produção e oferta de conteúdos são pulverizadas, com inúmeros atores institucionais, afora os cidadãos individual e coletivamente. Por isto, vê-se a convergência de interesses em nome da melhor experiência. “De maneira geral, ninguém pode prescindir de terceiros, e de uma cadeia de valor de qualidade. O que as pessoas querem são ações agregadoras, interlocuções mais enxutas e uma conta única pra pagar”, ressalta Teixeira.

Velocidade e amplitude são os pilares da indústria da comunicação móvel, e a propagação de informações positivas ou negativas sobre uma organização é um grande paradoxo: uma oportunidade e uma ameaça ao mesmo tempo, pondera Miguel Cui Filho, da Claro. As comunicações precisam, com isto, ser muito mais objetivas e transparentes para serem vistas e repercutidas com a mesma ênfase dos depoimentos dos cidadãos. Como exemplo de descentralização, agilidade e mobilidade, Feres cita o serviço Twitter, um micro-blog de posts até 140 caracteres que pode ser acessado pelo celular e facilmente alimentado, sem inclusive requisitar maiores elaborações de texto. Caio Klein, da Juniper, referenda o Twitter, mas aproveita para comentar a dificuldade de monetizar estas ferramentas. A lucratividade no futuro, para ele, virá de fornecimento de conteúdos de qualidade, sob diferentes plataformas e sem falhas de transmissão e de recepção. Está havendo uma evidente transformação na percepção do cliente sobre as empresas e por conseqüência na conduta das organizações, que devem estar atentas às demandas de contato e de rápida resposta. “É preciso rastrear o cliente em busca de informações por vários canais integrados, passando para a tomada de decisão”, diz Vilnor Grube, editor da Cliente S.A.



RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674
Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas (http://www.mundorp.com.br/)

This entry was posted on segunda-feira, 10 de novembro de 2008 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.