Sustentabilidade cultivada

Um post muito legal sobre preservação ambiental.

O setor está fazendo a sua parte na preservação ambiental e na reposição da matéria-prima retirada da natureza
Outrora vistas como vilãs ambientais, as indústrias de papel e celulose brasileiras têm conseguido virar o jogo quando o assunto é sustentabilidade e preservação ambiental.

Dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel revelam que, em 2006, houve o reflorestamento de uma área total plantada de 322.828,4 hectares no país - mais de 100 mil hectares que no ano anterior. Mas o mais importante é que as estatísticas revelam, de modo geral, um substancial crescimento a cada ano. Para se ter uma idéia, em 1982, quando a preocupação com o meio ambiente ainda era incipiente no país, este número foi de apenas 2.533,3 hectares.

Por trás desses números estão, não apenas uma legislação preservacionista, mas, principalmente, uma mudança de pensamento de quem busca seus recursos na natureza. "A base florestal do setor é o suporte da atividade e, como tal, também depende de um desempenho sustentável para a sua sobrevivência", afirma Elizabeth Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).

Segundo a entidade, a indústria fechou 2007 com produção prevista de 11,8 milhões de toneladas de celulose e de 8,7 milhões de toneladas de papéis de todos os tipos. Um crescimento de 5,5% e de 2,8%, respectivamente, em relação ao ano anterior. Os números da preservação no mesmo período não estão fechados, mas a Bracelpa garante que superam com folga os índices de crescimento e produção. A referência inclui, além de não tocar na floresta, proteger os mananciais, prevenir e combater incêndios, proibir a caça e até recuperar áreas degradadas.

Além das obrigações
A legislação que rege o setor florestal no Brasil é o Código Florestal (Lei 4.771, de 1965). Atualmente está em vigor a MP 2.166 (criada em 2001), que estabeleceu a obrigatoriedade das Áreas de Reserva Legal (RL) - a área particular equivalente a 20%, no mínimo, do total da propriedade ou posse rural, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais para a conservação da biodiversidade, o abrigo e a proteção da fauna e flora nativas e reabilitação dos processos ecológicos - e de Preservação Permanente (APP). As áreas de RL representam um percentual sobre a área do imóvel e variam de acordo com a região do país: 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e 20% nas demais regiões. Para a definição das APPs, não existe um percentual de área predeterminado. Dependem das ocorrências passíveis de preservação em cada propriedade, como presença de matas ciliares, nascentes, lagos etc.

O fato é que boa parte das indústrias hoje vai além do cumprimento da lei. Conservam e recuperam, por sua própria iniciativa, além do percentual exigido. Assim, apesar de o país contar com um total de 1,7 milhão de hectares de florestas plantadas para fins industriais, as empresas do setor conservam outros 2,8 milhões de hectares. "O Brasil hoje tem exemplos a dar", diz Luiz Cornacchioni, gerente de relações institucionais da Suzano. Ele cita o caso da empresa, que se orgulha de manter quase 40% de reserva legal, mesmo onde a lei exige 20%. "Temos certeza de que nenhuma outra fonte de uso e reúso mantém esse nível de reserva", afirma.

"Atualmente, existe por parte da indústria uma conscientização de que, para um projeto ir em frente, não basta contemplar apenas o aspecto econômico, mas também o ambiental e o social. É preciso haver uma boa aceitação e diálogo com a sociedade", explica Otavio Pontes, vice-presidente de sustentabilidade da sueco-finlandesa Stora Enso na América Latina. "Principalmente quando se lida com terra. Não dá para simplesmente se levantar e ir embora para outro lugar. Essa política faz com que, inclusive, o projeto tenha menos riscos para os acionistas", complementa.

Segundo Pontes, dos 210 mil hectares de plantação da Veracel - fruto da parceria da Stora Enso com a brasileira Aracruz Celulose - no sul da Bahia, 47% são consideradas áreas de regeneração. No Rio Grande do Sul, onde o ambiente não é de mata atlântica, o índice de regeneração é de 40%. "Trata-se da nossa política mundial. Mantemos esses índices no Uruguai, no Vietnã ou na China, onde não existe legislação específica como no Brasil", reforça. "A gente faz o que acha que é certo."

Para ler mais: http://portaldacomunicacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=20631

Postado por: Ramon Fernandes

This entry was posted on segunda-feira, 28 de abril de 2008 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.