Publicidade olímpica bate recorde, mas está atenta a protestos.


Por Kirby Chien

PEQUIM (Reuters) - Patrocinadores da Olimpíada de Pequim estão lançando possivelmente a maior campanha publicitária da história, visando gravar suas marcas nas mentes de uma nova geração de consumidores chineses muito além dos jogos.

As campanhas vão de ações tradicionais na TV e em veículos impressos às novas mídias on-line, cobrindo um vasto país cujos cidadãos dão muito valor ao ideal olímpico e, presumivelmente, nas empresas que o apóiam.

Embora ainda haja o risco de um fracasso de relações públicas com a China em apuros em assuntos polêmicos como o Tibete e o Sudão, as previsões de lucros pesam mais que qualquer aspecto negativo.

"Em escala global, não acho que haverá esse grau de investimento novamente", afirmou Greg Paull, chefe da consultoria de mídia R3, que tem sede em Pequim.

A empresa, que conta com clientes como, Adidas, Yili e Grupo Lenovo, diz que as empresas desfrutarão dos benefícios dos jogos por vários anos depois de o último atleta cruzar a linha de chegada.

A R3 reconhece que todos os anunciantes na China gastaram 19 por cento a mais em 2008 do que no ano anterior, totalizando 54,3 bilhões de dólares, com um "efeito olímpico" de cerca de 8,6 bilhões de dólares em gastos extras.

Além disso, os patrocinadores olímpicos sozinhos gastarão 3,2 bilhões de dólares neste ano, um crescimento de 52 por cento em relação a 2007, disse Paull.

A marca alemã de artigos esportivos Adidas, um dos 11 patrocinadores dos Jogos Olímpicos de Pequim, espera que o evento ajude a empresa a superar a rival Nike no mercado chinês neste ano.

"Nossa campanha de marketing para a China é a maior que já fizemos em um único país", afirmou à Reuters Erica Kerner, diretora do programa olímpico da Adidas. "Vemos o evento como uma plataforma de marketing que nos ajudará a chegar à liderança do mercado da China neste ano."

A Adidas usará um teatro de projeção 360 graus para divulgar seu slogan: "Together in 2008, Impossible is Nothing".

A Nike, que patrocina atletas e equipes, mas não a Olimpíada, está talvez subestimando o fato de que mais de 90 por cento dos chineses enxergam com bons olhos os jogos e as empresas associadas a eles.

A Adidas prevê que a China se torne o segundo maior mercado do mundo até 2010, atrás apenas dos Estados Unidos.

Mas nada na China vem facilmente, como os patrocinadores descobriram no começo deste ano e novamente no mês passado. Organizadores e empresas ficaram preocupados após a revolta no Tibete ter causado protestos globais anti-China e levantado questões sobre um possível boicote.

Fonte: http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRN0340547820080803?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0
Postado por: Ramon Fernandes

This entry was posted on terça-feira, 5 de agosto de 2008 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.