* Renato Grinberg
Cada vez mais comum nas entrevistas de emprego e estágio, o questionamento sobre a realização de trabalhos temporários ou mesmo voluntários são muito importantes para descrever o perfil de um candidato. Isso pode passar despercebido pela cabeça de quem está concorrendo à vaga, mas é bom lembrar que um recrutador sempre faz as perguntas certas para conhecer cada um dos concorrentes. Neste caso, se a resposta for sim, pode deixá-lo ainda mais próximo da vaga.
Isso porque a impressão passada é de que este investe parte do seu tempo em outras pessoas e possui qualidades como facilidade de relacionamento interpessoal ou capacidade de ouvir e ajudar. Mas o principal aspecto positivo desta ação é de que o candidato não é acomodado, ele realiza ações importantes, mesmo não ganhando para isso, além de deixar claro que seu objetivo não é apenas o salário, mas o projeto que realiza.
No ambiente corporativo, tais características podem significar que determinado profissional é comprometido com o trabalho e veste a camisa da empresa, além de ter maior entrosamento com a equipe. O serviço social, então, mais do que se referir apenas à vida pessoal, pode influenciar também na vida profissional. Afinal, as características comportamentais tem quase o mesmo ou até mais peso que as habilidades técnicas na hora de se escolher um candidato.
Outra intenção que está por trás do recrutador quando pergunta do trabalho voluntario é saber se a pessoa sabe lidar com realidades diferentes da sua, como reage e o que consegue aprender. E isso pode ser entendido também como uma forma de perceber de antemão como o futuro colaborador irá se portar em ocasiões adversas e com pessoas que possuem um perfil diferente do seu.
Já no que se refere à tão requisitada pró atividade, aquele que faz algum tipo de serviço social sai mais uma vez na frente. Ele é capaz de verificar que há um problema em sua comunidade e vai atrás da solução, coloca em prática suas idéias e aguça a sua criatividade.
Para as empresas, é ótimo ter colaboradores com este perfil, pois eles são capazes de fazer a diferença em situações em que a maioria não reage. Já os candidatos, precisam estar atentos ao fato de que o voluntariado exige tempo de dedicação, freqüência e disponibilidade.
Não dá para começar este tipo de atividade apenas com o intuito de dar um up no currículo sem levar em conta a seriedade do serviço social, até mesmo pelo fato de que muitas vezes as companhias ligam para o local a fim de confirmar sua participação. O voluntário é, antes de mais nada, um doador nato, que faz sem esperar receber em troca. Este espírito deve guiar aqueles que buscam ajudar o próximo, desta forma, as vantagens para a carreira serão apenas conseqüência.
Renato Grinberg é diretor Geral do portal de empregos Trabalhando.com.br e especialista em carreiras e mercado de trabalho. Grinberg desenvolveu sólida carreira internacional, tendo trabalhado em empresas como a Sony Pictures e a Warner Bros., nos EUA. Na Warner, foi selecionado para um programa de desenvolvimento de executivos onde apenas quatro profissionais eram selecionados por ano entre centenas de candidatos vindos dos mais prestigiados MBAs americanos. Concluiu seu MBA na University of Southern California – Marshall School of Business, é pós-graduado em Marketing pela University of California - Los Angeles e formado em música e filosofia pela FAAM.
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