Comunicação interna é área estratégica

Olá pessoal, segue resumo do congresso de comunicacao interna do IBC, enviado pelo Rodrigo Cogo - Mundo RP. Boa leitura.
O posicionamento estratégico da área de Comunicação Interna nas organizações é um ponto fundamental para a consolidação do trabalho dos profissionais. Os caminhos para alcançar esta credibilidade e mesmo aumentar verbas e estruturas foram levantados durante o 12. Congresso Anual do setor organizado pela IBC - International Business Communications (www.informagroup.com.br) nos dias 17 e 18 de junho de 2008, no Hotel Meliá Jardim Europa em São Paulo/SP..

Numa proposta de criar valor e alcançar objetivos da instituição por meio da informação, mobilização e comprometimento dos funcionários, Mário Lúcio Peconick apresentou a experiência da comunicação interna do Banco do Brasil. Como gerente da área para 82 mil funcionários em quatro mil pontos diferentes de interface, ele enfatiza que as ações são pensadas para provocar relações interpessoais que possibilitem um clima de diálogo e parceria para criar valor, atingindo resultados. “Recursos tecnológicos diferenciados só fazem sentido se estiverem alinhados à estratégia de negócios”, pontua.

Para atingir maior confiabilidade interna, garantindo recursos e voz, Peconick sugere uma postura transparente e ética, com ação interativa com os colegas e firmeza de processos e atribuições. O desafio é aprofundar-se nos conteúdos dos diversos setores, prestando consultoria. Para ele, “os profissionais têm que organizar e hierarquizar as demandas internas com uma ferramenta específica que permita que todos visualizem as necessidades gerais”. Daí é inadiável a tarefa instrumentalizadora: mapeamento e estruturação da comunicação com definição de veículos e canais corporativos, com linha editorial clara que minimize conflitos de participação, e com criação de fluxo de atendimento. No caso do BB, implementam ainda agência de notícias, revista, TV corporativa, boletins segmentados, intranet, jornal-mural, papel de parede dos computadores, email marketing, Diário de Bordo (agenda) e grupos de discussão online. Neste ínterim, também se faz a elaboração de campanhas internas diversas de conscientização, mudança de atitude, motivação e outras. O universo da pesquisa não fica de fora: servem para identificar tendências e monitor efetividade dos passos tomados. “Estamos trabalhando muito na capacitação de gestores locais para atuar como comunicadores, porque eles têm a confiança da equipe e desenvolvem a essencial comunicação face-a-face”.

Todo o esforço está centrado na instauração de um panorama, explicado através de uma frase de Patrick Lencioni: “as pessoas nunca estão dispostas a se esforçar por algo que elas não sabem claramente o que é , nem o que vão ganhar com isso”. Entre as principais barreiras para implementar os processos estão a resistência dos setores em profissionalizar seus contatos com conseqüente falta de comprometimento com as solicitações da área para bom funcionamento dos projetos, até vendo a comunicação interna apenas como canal e ferramenta operacional. Por isto, ele acredita que um caminho coerente seria apresentar formalmente as atribuições do segmento para os demais setores e não ter reservas em formar lideranças como canais de comunicação em uma rede transversal de agentes (num estímulo à comunicação de mão dupla que dá agilidade, eficiência e segurança às informações, integrando e comprometendo as pessoas), constituindo-se numa “negociadora de interesses”. E complementa: “em geral, a comunicação interna só se efetiva como um instrumento estratégico de gestão com ações integradas para todos os públicos”.

MONITORAMENTO – Como apresentar resultados concretos sobre um trabalho feito com e para pessoas? Com este questionamento, a relações públicas, jornalista e publicitária Maria José D’Alessandro lista as etapas para estruturação da comunicação interna: combinação de equipe com pessoal próprio e terceirizados, estabelecimento claro de verba, escolha equilibrada de canais e ferramentas de relacionamento. Em média, acredita que esta organização e o início de resultados efetivos se dê em dois anos. “É um sistema complexo, as pessoas têm repertórios diferentes, independente do tamanho da organização, e o público interno é o principal stakeholder, o principal formador de opinião e o principal cartão-de-visitas”, destaca a gerente de RP da Federação das Indústrias de Minas Gerais/FIEMG.

No alinhamento à estratégia da organização, um passo fundamental seria realizar pesquisas qualitativas e quantitativas que amparem as melhores decisões. De toda maneira, algumas dificuldades emperram o processo, como a falta de recursos (humanos, financeiros e materiais), o não-engajamento de parceiros indispensáveis à operacionalização das iniciativas e a dificuldade de diálogo e relacionamento interno. Para superar estes obstáculos, é preciso fazer um acompanhamento constante do começo ao fim das ações propostas, com ferramentas de feedback, enquetes, reuniões periódicas com rede de comunicadores, reuniões multi e interdisciplinares de pauta, pesquisas anuais ou bi-anuais.

De toda maneira, ela aponta uma falta de credibilidade no resultado do investimento em comunicação interna, o que deve ser enfrentado com uma postura de ouvir, dialogar e oferecer soluções embasadas na estratégia organizacional, planejando ações de maneira compartilhada, em parceria com áreas-cliente num equilíbrio de técnica e relacionamento, sempre oferecendo resultados mensuráveis. O ciclo da comunicação, segundo a gerente, parte da estratégia para definir atividades intervenientes na reputação. “Temos que sair da condição de fazedores para entrarmos na agenda estratégia”, insiste. Neste sentido, na Federação a comunicação corporativa é um mix de comunicação organizacional, gerencial e de marketing, articulada em uma plataforma de relacionamentos que fundamenta a comunicação do Sistema através de processos, ferramentas e mensagens integradas aos perfis de público, dentro de um eixo de contato. Maria José interage muito com correspondentes de comunicação, que funcionam como “radares”, buscando informações relevantes das unidades e áreas que representam e indicando necessidades de informação a partir da avaliação de impacto das mensagens. São 15 pessoas responsáveis pela montagem dos jornais-murais e por sugestões de melhoria para os meios físicos e para o processo comunicativo, sob coordenação da RP.

INCENTIVO – Andréa Aumond, da comunicação do Grupo Pão de Açúcar, completou a manhã do evento com um case prático. Dimensionando seu setor, comenta que passou de 11 para quatro colegas, com conseqüente transformação no formato de prestação de serviços de comunicação interna, antes como um espaço de atendimento de demandas e criação respectiva de peças e agora como uma consultoria especializada em clientes internos, ainda que sem alterar sua vinculação com a Diretoria Executiva de Recursos Humanos. No grupo, 2% são gerentes, 9% são lideranças intermediárias e 89% são força de trabalho, e ela explicou a seqüência de repasse de dados e de diálogo entre os níveis, com plenárias, workshops, reuniões operacionais, veículos e peças comunicativas.

A campanha de incentivo “Varejo na Alma”, ligada a aumento de vendas, ativação de clientes e redução de quebras, foi o alvo da palestra. Com metas trimestrais, definidas pelas direções regionais (desafiadoras, mas exeqüíveis), teve premiação atrativa em viagens e dinheiro. O lançamento aconteceu com móbiles e cartazes nas lojas, e o envolvimento da sede administrativa foi feito com folhetos e entrega de kit para “padrinhos” (boné, caneta, display-ranking) que foram facilitadores de contato. A seqüência de trabalho foi incentivada por displays, cartazes, painéis de acompanhamento com resultados mensais, papel de bandeja de refeitório, tendo a deflagração das premiações comunicada por porta de elevador, wallpaper, faixas, cartazes de depoimento dos pontos vencedores e festas de entrega. Das 560 lojas, mais de 200 participaram e tiveram aumento de vendas. Todo o processo teve telefone, email e portal permanentes com informações integrais dos passos da campanha.

A parte da tarde foi integrada por diversos relatos – veja texto complementar. A Associação Brasileira de Agências de Comunicação (www.abracom.com.br), a Associação Brasileira de Marketing de Negócios e os portais RH.com.br e Comunique-se formaram o grupo de apoiadores desta edição.


RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674
Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas (www.mundorp.com.br)
Postado por Juliano Melo.

This entry was posted on quinta-feira, 19 de junho de 2008 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.