A globalização e a responsabilidade social são os valores mais importantes que as empresas devem observar na busca de uma operação alinhada com os novos conceitos de qualidade corporativa. É o que mostra o estudo mais recente da American Society for Quality (ASQ), cujos resultados foram apresentados nesta terça-feira (01), durante o 9º Congresso Internacional da Qualidade para Sustentabilidade, em Porto Alegre. "Os consumidores exigem ambientes de trabalho seguros aos funcionários, mínimo de impacto ambiental, limpeza no processamento de alimentos e tratamento digno dos animais", explica Tommy Tam, diretor de Desenvolvimento de Mercado e de Relações Internacionais da ASQ, que nesta terça-feira palestrou no evento, realizado na sede da Fiergs.
Convidado pelo Programa Gaúcho da Qualidade e da Produtividade (PGQP), Tam destacou que, até 2010, uma nova norma de qualidade deverá ser lançada. Será a ISO 26000, que reunirá normas e orientações para todos os quesitos de responsabilidade social. A norma ajudará as empresas a observar questões culturais, ambientais, jurídicas e condições de desenvolvimento econômico alinhadas a práticas socialmente corretas. "Para ter qualidade e ser competitivo é preciso ter conscientização", afirma Tam. Com toda essa movimentação, o conceito de “lean manufacturing", lançado originalmente pela Toyota (leia nesta edição), ganha ainda mais força. "É preciso eliminar qualquer tipo de desperdício e estender os conceitos por toda a corrente de valor ou cadeia de fornecimento", diz ele.
Tanto esforço se justifica por uma razão simples: essas precauções ajudam a satisfazer o cliente. Tam apresentou dados da revista norte-americana Environmental Leader, que apontam que 53% dos consumidores norte-americanos preferem comprar de empresas socialmente responsáveis. A mesma publicação informa que 12% deles desejam que as companhias “dêem o exemplo”. Quem faz o dever de casa, diz Tam, tem retorno garantido. Foi o que aconteceu com a General Electric, que aumentou sua receita de US$ 6,2 bilhões para US$ 10,1 bilhões depois de adotar práticas de responsabilidade social. Outro exemplo é a Toyota, que reduziu o consumo de energia nas áreas de manufatura em 30% nos últimos oito anos, graças à implementação de práticas ambientalmente corretas.
(Débora Pisigodinski)
Postado por Juliano Melo.
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