Em todo o país aumentam os investimentos e as chances de crescimento para quem sabe planejar, tocar obras e administrar novos negócios
Por Gabriel Penna
Há muito tempo o Brasil não assiste a tantos investimentos em novas fábricas, lojas, imóveis e infra-estrutura. A economia brasileira vive o melhor momento das últimas três décadas. O crescimento do país por 25 trimestres seguidos e as boas perspectivas para os próximos anos motivam as empresas a ampliar seus negócios e contratar profissionais para conduzir esse processo de expansão. De janeiro a maio deste ano, 435 companhias anunciaram investimentos no país, 73% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo levantamento do departamento de pesquisas do banco Bradesco. E a maior parte desse dinheiro vai exatamente para ampliação e construção de novas unidades.
O Brasil hoje é um canteiro de obras, e isso gera muitas oportunidades, diz Henri Vahdat, gerente de capital humano da consultoria Deloitte, de São Paulo. Em 2007, o número de empregos criados foi o maior da história do país: 1,6 milhão. As empresas procuram profi ssionais para planejar novos investimentos, elaborar projetos, tocar obras e assumir a gestão de negócios recém-implantados. Em qualquer lugar do Brasil, o executivo que combinar competências nas áreas operacional e gerencial vai se dar muito bem, diz Henri.
Isso porque os investimentos e as oportunidades de trabalho estão cada vez mais disseminados pelo país, como mostra o resultado da pesquisa As 100 Melhores Cidades para Fazer Carreira, feita com exclusividade pelo professor Moisés Balassiano, da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) para a você s/a. Pelo sétimo ano consecutivo, a liderança no ranking fi cou com São Paulo, mas outros pólos de desenvolvimento, em todas as regiões, estão atraindo profissionais qualificados.
No próprio Sudeste, o principal destaque deste ano está fora do eixo RioSão Paulo. Vitória assumiu o 3o lugar no ranking geral, embalada pelos investimentos na indústria de base. Os setores de mineração, petróleo e gás movimentam a economia da cidade, criando oportunidades nessas áreas e, também, nas médias empresas da região. Outra pequena entre as gigantes, São Caetano do Sul, no ABC Paulista, garantiu o 4o lugar na lista pelo segundo ano consecutivo. Conhecida pela qualidade de vida e pela renda per capita elevada, a cidade diversificou sua economia, gerando oportunidades na construção civil e no setor de serviços. E ainda recebeu, neste ano, a classificação de risco A+, uma espécie de grau de investimento concedido pela consultoria brasileira Austin Rating, que atesta o baixo endividamento do município e sua capacidade de atrair investidores.
No Sul, Porto Alegre se consolida como a melhor cidade para fazer carreira por oferecer boas universidades, qualidade de vida e oportunidades nos setores de comércio e serviços. Em Curitiba e São José dos Pinhais, no Paraná, investimentos de montadoras como Nissan e Renault atraem engenheiros para um dos maiores pólos automobilísticos do país. Mas a revelação deste ano no Sul é a pequena Itajaí, no norte de Santa Catarina. A cidade, quarta no ranking regional, abriga o segundo maior porto do Brasil em movimentação de cargas. A cada ano, o município recebe novas empresas, que abrem vagas para profi ssionais de logística e comércio internacional.
PORTOS E NORDESTE EM ALTA
Aliás, os portos estão criando cada vez mais chances de carreira. Eles têm se benefi ciado dos investimentos em infra-estrutura, que, apesar de ainda estar aquém das necessidades do país, cresceram 22% no ano passado. Além de Itajaí, Vitória e Santos, o Porto de Suape, a 40 quilômetros de Recife, é hoje um dos principais pólos de investimentos no Brasil. No mês passado, a CSN, por exemplo, anunciou que vai gastar 6 bilhões de dólares para construir uma siderúrgica no local. As empresas de Suape contratam técnicos e gestores de formação variada, de engenharia a contabilidade.
O Nordeste também cresce embalado pelo aumento da renda e do consumo. A rede de supermercados Wal-Mart abriu 20 lojas na região nos últimos três anos. Em Salvador e Fortaleza, há vagas também no setor petroquímico e na construção civil. A região é uma ótima opção para quem está começando a carreira, pois tem boas oportunidades e um enorme potencial de crescimento, diz Eline Kullock, presidente no Brasil da Stanton Chase, multinacional especializada em recrutamento de executivos, com escritórios em 14 cidades brasileiras.
No Centro-Oeste, a estrela é Brasília, que voltou a figurar entre as cinco melhores cidades do país para fazer carreira. A capital federal oferece oportunidades, principalmente, na área de tecnologia. Além das companhias já instaladas na cidade, o pólo tecnológico está em obras e promete gerar milhares de empregos nos próximos anos. O setor da construção civil também se expande, criando vagas para engenheiros e profissionais das áreas administrativa e financeira.
Em Goiânia, a profissionalização de médias e pequenas companhias dá espaço para executivos de contabilidade e finanças. Nas outras três cidades do Centro-Oeste presentes no ranking Cuiabá, Campo Grande e Dourados , a economia gira em torno da indústria agrícola, movimentada pela construção de usinas de açúcar e álcool na região. O aumento da renda do setor também impulsiona os serviços e o comércio.
Na região Norte, o pólo industrial de Manaus vive um dos melhores momentos de sua trajetória, batendo recordes de faturamento. Empresas como Yamaha e Samsung já anunciaram que vão ampliar suas fábricas. A falta de mão- de-obra qualificada na cidade abre espaço para profissionais de outras regiões, especialmente engenheiros com experiência gerencial. Em Belém, o porto da cidade também é um pólo rico em opções. Além disso, a Vale planeja construir uma siderúrgica e contratar 35 000 pessoas até 2012. Nas próximas páginas, saiba mais sobre as oportunidades nas melhores cidades do país para fazer carreira.
Entenda como é feita a pesquisa.
Neste ano, 127 cidades foram analisadas pela FGV-RJ, a partir de três indicadores: educação, vigor econômico e saúde. As cidades avaliadas fazem parte das 5% maiores do país, têm pelo menos 170 000 habitantes e 210 milhões de reais de depósitos à vista. Há algumas cidades que não atendem a esse critério, mas têm potencial de desenvolvimento profissional, diz Moisés Balassiano, coordenador da pesquisa.
OS CRITÉRIOS:
1 Educação (peso 3)Número de matrículas e oferta de cursos de graduação, mestrado e doutorado.
2 Vigor econômico (peso 2)Arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) e Produto Interno Bruto (PIB) municipal, ambos per capita.
3 Saúde (peso 1)Número de leitos e de profissionais de saúde para cada 1 000 habitantes.
Fonte: Newsletter Você S/A
Postado por: Ramon Fernandes
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