Excesso de Informação X Comunicação

Atualmente, estamos todos muito expostos a um bombardeio de informações descontextualizadas, de fragmentos e nessas condições, construir conhecimentos é algo muito dificultoso e que dá trabalho. Mesmo assim é crescente a busca por mais e mais informações. A ciranda do conhecimento, em torno da comunicação, envolve o homem ao saber e ao reconhecer, rápido e efetivo despertando o stress pela informação.

Curiosamente, nas últimas três décadas, o homem consumiu um volume de dados superior às coletadas há cinco mil anos. Atualmente, com o advento da Internet as informações chegam tão rápidas quanto numerosas.

Tomando como exemplo os vestibulandos, para alcançarem uma aprovação no processo seletivo em universidades, recebem dos professores uma avalanche de informações, se não organizadas, podem afetar a aprendizagem.

É certo que os professores dos cursinhos pré-vestibulares são extrovertidos e que a irreverência prende a atenção do aluno. Com isso, os cursos pré-vestibulares alcançaram uma forma diferente de encantar seus clientes. A diferença em favor do conhecimento tem mantido a categoria “pré-vestibular” como uma fase de aprendizado significativa para o processo seletivo das universidades, no entanto, a este jovem cabe saber filtrar as informações e ordená-las em favor da Comunicação.

Toda sorte de informação “despenca” em nossas cabeças muitas vezes sem que os efeitos positivos de uma informação sejam observados.

Lembro-me de que na última década a Reuters Business Information realizou uma pesquisa, intitulada Dying for Information sobre a sobrecarga de informações. Entre outros resultados, 49% reconheceram que freqüentemente não sabiam lidar com a quantidade e volume de informações que recebiam todos os dias; 38% disseram que perdiam um tempo significativo, tentando identificar os dados úteis no grande volume de informações recebidas; 31% reclamaram que recebiam muita informação não solicitada. Tensão, distúrbios de sono, problemas digestivos, dificuldade de memorização, dificuldade de concentração e irritabilidade são fatores que comprometem a aprendizagem.

Neste momento, a comunicação fica à margem do crescimento profissional e depõe contra o aprendizado de qualquer indivíduo, independente de sua formação escolar.
Recebemos mais informações do que geramos resultados favoráveis a Comunicação.

Atualmente, os jovens tomam decisões cada vez mais cedo, como a carreira profissional, por exemplo, e por isso a disputa pelo mercado de trabalho está cada vez mais acirrada, tornando-os mais críticos em relação às práticas de ensino e qualificação.

A eficácia da comunicação deve estar centrada no aumento dos esforços por parte do emissor, para que a mensagem atinja o objetivo, o destino, tornando-se compreensível ao receptor sem riscos de confusão diante dos excessos de informações. Comunicar significa interagir, favorecer a troca de informações com base em bagagens intelectuais e sociais e nas experiências de vida. Essa interação deve possuir um mesmo código de linguagem entre o emissor e o receptor, bem próprios no contexto da comunicação verbal.

Comunicar bem não é falar bonito, usar termos eruditos, ter eloqüência ou ainda, ser irreverente; pelo contrário, independe da sua intenção como comunicador. É estabelecer uma ligação interpessoal além de garantir com objetividade a mensagem e a possibilidade do receptor decodificar o que foi dito.

Não importa se com palavras, gestos ou tom de voz, há de se ter uma sintonia entre esses elementos para que se garanta a comunicação.

Temo pelo engano que assola as salas de aula, tanto dos professores que devem cumprir um interminável conteúdo quanto dos alunos que acreditam no conhecimento formado da junção “aleatória” de todas essas informações. Saber apresentar as informações e geri-las é favorecer a comunicação e a carreira profissional.

Se o mercado de trabalho procura profissionais que tenham a capacidade de se comunicar bem, com naturalidade, fluência e desenvoltura e técnica em toda e qualquer situação formal ou informal, para um número pequeno ou grande de pessoas, é praticável que o contexto escolar considere a Comunicação Verbal como a ferramenta para o profissional bem preparado; e, por isso, intensifique a preparação do jovem para esta competência favorecendo a carreira profissional.


Reinaldo Passadori - professor de Comunicação Verbal há mais de vinte anos, fundador e Presidente do Instituto Reinaldo Passadori de Comunicação Verbal. Formado em Administração de Empresas com especialização em Recursos Humanos. Formação como Pratictioner, Máster – Pratictioner e Trainer em Programação Neurolingüística. É um dos conferencistas mais requisitados no segmento da Comunicação Verbal e proferiu centenas de palestras em diversos segmentos de formação executiva. É autor do livro "Comunicação Essencial - Estratégias eficazes para encantar seus ouvintes", Ed. Gente – 2ª Edição.


fonte: por: Robson

This entry was posted on quarta-feira, 23 de julho de 2008 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.