O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) apresentaram pela primeira vez os números oficiais referentes à indústria de comunicação do Brasil. O estudo, desenvolvido pelo instituto a pedido da associação, levou mais de dois anos para ser finalizado e reúne os elos da cadeia formada por agências, fornecedores e mídias.
“Todo o setor econômico importante e organizado possui números oficiais, e não apenas estimativas e estudos muito fragmentados com os quais contávamos até hoje. Agora podemos dizer com certeza, por exemplo, que a indústria da comunicação já emprega quase seis vezes mais que as montadoras de veículos somadas”, afirma Dalton Pastorre, presidente da Abap. São 639 mil empregados com carteira assinada.
Segundo o IBGE, a receita total da indústria da comunicação está próxima de R$ 57,4 bilhões, valor referente aos balanços das empresas e de seus livros-caixa de 2005, fechados em 2006. A receita total está dividida em cinco áreas: pesquisas de mercado e opinião (R$ 936,6 milhões), publicidade (R$ 7,7 bilhões), atividades de rádio (R$ 1,6 bilhões), atividades de televisão (R$ 21,7 bilhões) e jornais, revistas, publiciações e materiais gráficos (R$ 25,3 bilhões). Para obter tais números, o IBGE considerou a Pesquisa Anual de Serviços (todas as empresas) e a Pesquisa Industrial (empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas). Ainda, são gastos mais de R$ 6 bilhões em deduções, impostos e taxas.
O estudo chegou ao número de 106 mil empresas que atuam na indústria, as quais desembolsam R$ 6,8 bilhões em salários e obrigações trabalhistas aos 639 mil empregados diretos. Dentro desse total de empresas, 14.636 são agências de publicidade e 8.852, agências de serviços especializados, somando 23.488 organizações. O fato curioso e preocupante, mas já sabido, é que uma minoria delas concentram a grande fatia das receitas. Em 2005, foram somente 2,6% delas que absorveram 54,5% das receitas de vendas de serviço no setor da comunicação.
Um suplemento da pesquisa ainda foi desenvolvido, a fim de se ter a radiografia das agências de publicidade e de serviços especializados com 15 profissionais (já consideradas médias) ou mais, as quais foram visitadas uma a uma pelo IBGE. De acordo com essa pesquisa, a receita das empresas estudadas, que soma R$ 3,7 bilhões, provêm, sobretudo, de comissão, fee e BV na televisão (36,2%); serviços de planejamento e criação de campanhas (10,6%); comissão, fee e BV na mídia impressa (8,7%); e promoção de vendas, merchandising e publicidade no PDV (7,7%).
Do total da receita, as agências de publicidade respondem por 73,49% do total, enquanto as especializadas representam 14,4% e as agências de aluguel e revenda de espaços, 12,37%.
Relativo às campanhas, as receitas das agências de publicidade estão divididas desta forma: 85,3% provenientes do setor privado; 11,9% de campanhas de governo ou de empresas estatais (inclusive campanhas institucionais e de produtos); 1,6% de publicidade legal (balanços, editais, avisos legais etc.), 0,9% de campanhas políticas – vale ressaltar que os números são relativos ao ano de 2005, quando não houve eleições – e 0,3% de campanhas sobre responsabilidade social.
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